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África do Sul tem alta de 311% de novos casos de Covid-19 BR

Cientista testa amostras em um laboratório em Serra Leoa
OMS
Cientista testa amostras em um laboratório em Serra Leoa

África do Sul tem alta de 311% de novos casos de Covid-19

Saúde

Dados são de 23 a 30 de novembro; OMS confirma que variante Ômicron já foi detectada em mais de 20 países no mundo, sendo que mais de 60% dos casos estão concentrados na África do Sul e em Botsuana.  

Os países da África estão ampliando as medidas para detectar e controlar a variante Ômicron, sendo que os novos casos de Covid-19 subiram 54% no continente na última semana.   

Nesta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou o balanço da situação africana. Mais de 20 países no mundo todo já detectaram a nova variante, sendo quatro africanos: África do Sul, Botsuana, Gana e Nigéria.  

Aumento dos óbitos  

Enfermeira e médico se preparam para tratar pacientes com Covid-19.
Foto: © UNICEF/Srishti Bhardwaj
Enfermeira e médico se preparam para tratar pacientes com Covid-19.

Mais da metade (62%) dos pacientes confirmados com a variante Ômicron estão na África do Sul e em Botsuana. Segundo a OMS, entre os dias 23 e 30 de novembro, o total de novos casos de Covid-19 subiu 311% na África do Sul, na comparação com a semana anterior. 

Na província de Gauteng, a mais populosa do país, o aumento chegou a 375% em apenas uma semana e o total de mortes no local teve alta de 28,6%.  

A OMS lembra que a Ômicron tem 32 mutações na proteína spike, sendo que evidências apontam para um maior risco de reinfecção, na comparação com outras variantes.  

Cientistas correm contra o tempo 

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Pesquisadores e cientistas na África d Sul estão intensificando as investigações para entender a sua severidade e o impacto da Ômicron nas vacinas existentes, nos diagnósticos e no tratamento e se esta variante está mesmo por trás deste aumento das infecções.  

A OMS está trabalhando com governos dos países africanos para acelerar a resposta à nova variante e pedindo para que analisem entre 75 e 150 amostras por semana. Epidemiologistas também estão ampliando o sequenciamento do genoma em Botsuana, Moçambique e Namíbia. A OMS já reservou US$ 12 milhões para a resposta na região nos próximos três meses.  

A África continua sofrendo com as baixas taxas de vacinação: a OMS destaca que apenas 7,5% da população do continente está totalmente imunizada e 80% ainda precisa receber a primeira dose.  

A diretora da agência da ONU na África, Matshidiso Moeti, declarou que “a combinação de baixas taxas de vacinação, a contínua transmissão do coronavírus e as mutações são uma combinação tóxica.”