Perspectiva Global Reportagens Humanas

56 países do mundo registram alta de mais de 10% nas mortes por Covid-19 BR

Paciente com Covid-19 recebe tratamento em Cuba.
Foto: Proyecto Naturaleza Secreta
Paciente com Covid-19 recebe tratamento em Cuba.

56 países do mundo registram alta de mais de 10% nas mortes por Covid-19

Saúde

Diretor-geral da OMS afirma que situação sequer devia estar acontecendo e defende que países com mais de 40% da população totalmente vacinada deixem de receber doses; Europa e Ásia Central no epicentro da pandemia, com alta de novos casos e de mortes.  

 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, fez um pronunciamento aos jornalistas nesta quinta-feira em Genebra, e informou que 56 países, de todas as regiões, registraram na última semana um aumento de mais de 10% das mortes por Covid-19. 

Tedros Adhanom Ghebreyesus foi claro ao afirmar que isso não deveria estar acontecendo. Segundo ele, o mundo tem todas as ferramentas para prevenir a transmissão do coronavírus e salvar vidas. 

Distribuição de doses 

Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
ONU/Evan Schneider
Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

O chefe da OMS defendeu que “mais nenhuma dose da vacina de Covid seja encaminhada para países que já imunizaram totalmente mais de 40% da população”.  

Segundo ele, essa medida deveria ser tomada até que o mecanismo Covax tenha condições de entregar doses para os países que ainda estão com taxas baixas de vacinação.  

Na avaliação de Tedros, as doses de reforço só deveriam ser administradas em pessoas imunocomprometidas.  

O diretor-geral da OMS ressaltou que além das vacinas, as medidas de proteção continuam sendo essenciais, como higienizar as mãos, utilizar máscaras e evitar locais muito lotados.  

Europa no epicentro  

Bachelet disse que o mundo atual está  ainda longe da visão de uma realidade melhor para a geração mais velhas
Unsplash/Ross Sneddon
Bachelet disse que o mundo atual está  ainda longe da visão de uma realidade melhor para a geração mais velhas

Também nesta quinta-feira, a OMS informou que todos os países da Europa e da Ásia Central estão enfrentando a ameaça de uma nova onda de Covid-19. Segundo a agência, as regiões estão no epicentro da pandemia.  

Os casos de Covid-19 estão atingindo níveis recorde em vários países, com a variante Delta dominando as transmissões. Na última semana, foram registrados 1,8 milhão de novos casos na região e 24 mil mortes. 

Segundo a OMS, houve 55% de aumento dos novos casos de Covid-19 na Europa no último mês. Entre as vítimas, adultos com 65 anos ou mais representam 75% das fatalidades.  

Chances de 500 mil mortes 

A agência da ONU também fez um alerta: se a trajetória continuar, é possível que mais meio milhão de pessoas morram pelo coronavírus até fevereiro na Europa e Ásia Central.  

A explicação pela alta de novos casos e de mortes está em dois fatores: apenas oito países europeus têm mais de 70% da população totalmente vacinada, como Portugal, que já imunizou mais de 86% dos habitantes.  

Por outro lado, nos Balcãs, em países da Europa central e do leste, as taxas de vacinação ainda estão baixas. A OMS destaca que é importante considerar uma dose adicional da vacina para as pessoas acima de 60 anos.  

Relaxamento das restrições  

Nas Filipinas, loja de conveniência exige que os funcionários usem máscara, observem a distância física e usem uma barreira de plástico como medida de segurança para evitar a disseminação do Covid-19
OIT/Minette Rimando
Nas Filipinas, loja de conveniência exige que os funcionários usem máscara, observem a distância física e usem uma barreira de plástico como medida de segurança para evitar a disseminação do Covid-19

Outro problema está no relaxamento das medidas de proteção social. A OMS reforça que ter 9% de uso universal de máscaras na Europa e Ásia Central pode salvar 188 mil vidas nos próximos meses.  

A agência recomenda que as pessoas façam o teste, que continuem fazendo o distanciamento social e lembra a importância da ventilação em espaços fechados. 

A situação é diferente nas Américas, onde casos e fatalidades continuam diminuindo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, os países da região registraram na última semana 745 mil novos casos e 18 mil mortes.