Glasgow concentra esperança sobre temas centrais da ação climática BR

Secretário-geral da ONU destaca que solução passa por um desenvolvimento inclusivo e sustentável; presidente da Assembleia Geral pede prioridade para tecnologias renováveis; chefe da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima aponta escolhas rígidas que se colocam para a humanidade.
Glasgow continua acolhendo líderes mundiais a caminho da cúpula de alto nível sobre os esforços globais para lidar com a mudança climática e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saiu do encontro de chefes de Estado e de governo das 20 maiores economias do mundo, G20, em Roma, para se juntar representantes globais na reunião das próximas duas semanas na maior cidade escocesa.
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UNFCCC
O líder das Nações Unidas disse ter elogiado o novo compromisso do grupo com soluções globais e que mesmo com esperanças não realizadas em relação ao clima, “pelo menos, elas ainda não estavam enterradas”.
Guterres participou da sessão sobre o Desenvolvimento Sustentável, onde ressaltou que o desenvolvimento econômico atual tem como fundamento as “profundas e crescentes desigualdades, deixando bilhões de pessoas para trás”.
Por essa razão, o secretário-geral aponta que um desenvolvimento inclusivo e sustentável é essencial para superar as emergências que o planeta enfrenta do clima, da biodiversidade e da poluição, e garantir sociedades estáveis para o futuro.
Em Glasgow, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdulla Shahid, discursou horas após a abertura formal da 26ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP26. Ele ressaltou que o mundo está perante uma crise existencial.
No entanto, Shahid disse haver tanto capacidade como recursos para fazer face à tensão relacionada ao, destacando que “simplesmente não se tem feito o suficiente”.
No evento, Abdulla Sahid disse ter prometido aos Estados-membros da Assembleia Geral que levaria suas mensagens, priorizando que tecnologias renováveis estão agora entre as mais baratas do planeta e contam com um forte apoio público.
Em segundo plano, ele afirmou que quase US$ 100 trilhões foram anunciados para ajudar na neutralização do carbono pelo setor privado. A questão é que não há clareza sobre como tais valores serão utilizados, priorizados ou medidos. Para ele, é indispensável que os apoios sejam tão eficientes e impactantes quanto possível.
Em terceiro lugar, Sahid pediu foco na adaptação, especialmente para os países vulneráveis com a garantia de uma divisão do financiamento pela metade para a adaptação e mitigação.
Por último, o presidente da Assembleia Geral destacou que os empregos ecológicos são o futuro, e que asseguram a prosperidade econômica e sustentabilidade ambiental.
No evento de abertura da COP26, a secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Patrícia Espinosa, disse que a humanidade enfrenta escolhas rígidas.
Para ela, o mundo tem duas opções: ou reconhecer que uma lógica de continuidade não vale o preço arrasador que se paga, e avançar para a transição rumo a um futuro mais sustentável, ou aceitar que tem investido na sua extinção.
Já o presidente do evento, Alok Sharma, disse acreditar que a COP26 ajude na solução de temas pendentes e que as negociações levem a uma década de ambição e ação. Mas alertou que a “luz vermelha está piscando” para a questão do clima.
Sharma disse crer que o sistema internacional tenha sucesso nas negociações necessárias para atingir seu objetivo, abrindo o período de intensas negociações diplomáticas que envolverão quase 200 países.