OMS inclui fármacos contra câncer e diabetes em lista de medicamentos essenciais BR

Relação global é revisada a cada dois anos; nova publicação inclui antimicrobianos e fármacos para ajudar a parar de fumar; entre elementos recém-introduzidos estão remédios para apoiar combate à hepatite C, ao HIV e à tuberculose.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou esta quinta-feira a nova Lista Modelo de Medicamentos Essenciais. A agência apresentou ainda a relação de Medicamentos Essenciais Pediátricos, em Genebra.
Os elementos da classificação, atualizada a cada dois anos, são tratamentos para vários tipos de câncer, análogos de insulina e fármacos administrados por via oral para tratar a diabetes.
As novidades da última edição incluem fármacos para ajudar as pessoas que desejam parar de fumar e remédios contra infecções bacterianas e fúngicas graves.
A agência sublinha que o objetivo da nova lista é atender às prioridades globais de saúde, identificando os medicamentos que oferecem maiores benefícios e devem estar disponíveis e acessíveis para todos.
Os altos preços de remédios, tanto dos que recentemente tiveram patentes quanto dos mais antigos como a insulina, continuam fazendo com que fármacos essenciais estejam fora do alcance de muitos pacientes.
A agência da ONU anunciou a descoberta deste hormônio para tratar a diabetes há 100 anos, incluindo a versão humana, e publicou na Lista de Medicamentos Essenciais da OMS na primeira publicação em 1977.
Mas o fornecimento limitado e os altos custos de aquisição em nações de baixa e média rendas limitam o tratamento dos pacientes.
As novidades da lista são os chamados análogos da insulina de ação prolongada, como insulina degludec, detemir e glargina e seus biossimilares. Com o hormônio obtido em humanos, a meta é aumentar o acesso ao tratamento ampliando as escolhas para os que vivem com a diabetes.
A agência ressalta que a qualidade de vida dos pacientes melhora com uma maior flexibilidade na dosagem dos análogos da insulina.
Para a diabetes tipo 2, a lista inclui os chamados inibidores do co-transportador de glicose de sódio 2, SGLT2. Deste grupo, a empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina serão usados como terapia de segunda linha em adultos.
Estes medicamentos, quando administrados por via oral, demonstraram oferecer vários benefícios, incluindo um menor risco de morte, insuficiência renal e eventos cardiovasculares.
Em relação ao câncer, a agência destaca que a doença está entre as que mais enfermam ou matam pessoas no mundo. Em 2020 causou cerca de 10 milhões de óbitos. Cerca de 70% ocorreram em países de baixa e média rendas.
A OMS assinala avanços recentes com medicamentos para abordar características moleculares específicas do tumor em diferentes tipos de câncer, alguns dos quais com resultados muito melhores do que a quimioterapia “tradicional”.
Novos integrantes da lista estão os fármacos enzalutamida, o everolimus, ibrutinibe e rasburicase.
Para o caso de doenças infecciosas, infecções bacterianas comuns, hepatite C, HIV e tuberculose os novos elementos visam melhorar a resposta a necessidades de dosagem e administração de crianças e adultos.
Dois medicamentos não baseados em nicotina foram incluídos na publicação para ajudar a deixar de fumar. A bupropiona e vareniclina juntam-se à terapia de reposição apresentada na nova Lista Modelo.