Estudo alerta sobre “grande onda de migração interna” com crise do clima BR

Banco Mundial publicou o relatório “Groundswell Part 2” prevendo mais pessoas forçadas a se deslocar por conta das mudanças climáticas; documento cita Declaração e Plano de Ação do Brasil; São Tomé e Príncipe é mencionado por estratégia de retirada voluntária de pessoas vulneráveis.
Um novo relatório do Banco Mundial conclui que 216 milhões de pessoas vão ser forçadas a migrarem dentro de seus próprios países por conta das mudanças climáticas.
O estudo, denominado Onda 2 em tradução livre, aponta que os focos desse movimento interno devem surgir já no final desta década e se intensificar nos próximos 20 anos.
Para o vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial Juergen Voegele, problemas como escassez de água, queda de produtividade das lavouras, e aumento do nível dos mares fazem com que “cada vez mais as pessoas se mudem para outras cidades”.
A instituição analisou os efeitos migratórios em seis regiões do mundo: América Latina, Norte da África, África Subsaariana, Europa Oriental e Ásia Central, Sul Asiático, e Leste Asiático e Pacífico.
No pior cenário, a África Subsaariana poderá ter 86 milhões de migrantes internos se os efeitos da mudança climática não forem mitigados.
Já na América Latina, o relatório estima que 17 milhões de pessoas se deslocarão nos seus próprios países até o ano de 2050.
A Declaração e Plano de Ação do Brasil de 2014 reconhece os “desafios colocados por mudanças climáticas e desastres naturais na região, bem como pelo deslocamento de pessoas através das fronteiras que ofenômeno pode causar na região. ”
Para reduzir a migração prevista no pior cenário, o Banco Mundial recomenda que os países reduzam as emissões globais e façam todos os esforços para cumprir as metas previstas no Acordo de Paris.
A publicação ressalta o caso de São Tomé e Príncipe por uma estratégia das autoridades de retirada voluntária de pessoas vulneráveis para comunidades costeiras após fortes enchentes.
Para a Agência da ONU para Refugiados, esse seria o “último recurso, para o qual se devem considerar princípios de direitos humanos relevantes, como liberdade, prévia e consentimento informado dos afetados.
O Banco Mundial destaca que para que essa operação seja eficaz também se recomenda uma participação efetiva e significativa das vítimas, além de compensação justa e dos direitos a um padrão de vida adequado, incluindo o de moradia e a uma solução eficaz.
Do Banco Mundial para a ONU News, Bárbara Cruz.