OMS revela: mais de 700 milhões de hipertensos estão sem tratamento BR

Total de pacientes duplicou desde 1990; Moçambique está entre os 10 países do mundo com a menor taxa de tratamento, enquanto Portugal está entre as nações com as maiores taxas; esta é a primeira análise mundial completa sobre prevalência, detecção, tratamento e controle da condição.
O número de adultos entre 30 e 79 anos com hipertensão duplicou de 650 milhões em 1990 para 1,28 bilhão em 2019. E entre estes pacientes, 720 milhões não estão recebendo tratamento.
Estes são os principais dados revelados pela primeira análise mundial abrangente sobre as tendencias de prevalência, detecção, tratamento e controle da hipertensão. O estudo foi produzido pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e pelo Imperial College de Londres e foi publicado pela revista especializada The Lancet.
A OMS destaca que a hipertensão aumenta de forma considerável o risco de enfermidades cardíacas e de doenças cerebrais e renais, além de ser uma das principais causas de morte no mundo.
Mas a agência lembra que o problema é fácil de ser detectado, medindo a pressão arterial em casa ou num centro de saúde. No caso de pressão alta, o tratamento é eficaz com medicamento de baixo custo.
Alguns países de língua portuguesa são destacados no estudo. São Tomé e Príncipe é a quinta nação do mundo com a maior prevalência de hipertensão entre mulheres.
Já Portugal é o oitavo com a maior taxa de tratamento de mulheres hipertensas. Por outro lado, Moçambique é o terceiro país do mundo com o menor índice de tratamento entre homens e o nono em relação às mulheres.
Canadá, Peru e Suíça são os países com menos casos de hipertensão, enquanto República Dominicana, Jamaica e Paraguai têm as maiores taxas mundiais.
Segundo a OMS, 580 milhões de pessoas que participaram do estudo não sabiam que eram hipertensas pois nunca haviam sido diagnosticadas.
A agencia também está lançando uma nova diretriz para o tratamento da hipertensão em adultos.
São recomendações para ajudar os países a melhorar o tratamento da condição.
A OMS destaca que são as primeiras orientações do tipo em 20 anos, incluindo qual tipo de medicamento e com que frequência utilizar; qual o nível indicado para começar a tomar remédios e qual a frequência com que se deve fazer seguimentos de controle dos níveis da pressão arterial.