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OMS diz que vacina AstraZeneca é segura e não vê motivo para suspensão do imunizante  BR

OMS quer contar com o apoio de países-doadores para fortalecer a capacidade de vigilância das nações em desenvolvimento
Unicef/Dhiraj Singh
OMS quer contar com o apoio de países-doadores para fortalecer a capacidade de vigilância das nações em desenvolvimento

OMS diz que vacina AstraZeneca é segura e não vê motivo para suspensão do imunizante 

Saúde

Doses foram recolhidas em alguns países como medida de precaução; porta-voz da Organização Mundial da Saúde revela que qualquer alerta de segurança deve ser alvo de investigação, mas descarta existência de riscos; agência aprovou vacina da Johnson & Johnson para uso de emergência. 

 

A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou esta sexta-feira que "não há razão para deixar de usar" a vacina AstraZeneca contra a Covid-19. A declaração foi dada pela porta-voz da agência em Genebra. 

A médica Margaret Harris disse que os países devem “continuar a utilizar a vacina da AstraZeneca”. Para ela qualquer preocupação com segurança deve ser investigada, mas no momento, não existem razões para a suspensão das doses. 

Suspensão 

Segundo agências de notícias, a utilização do imunizante foi suspensa em alguns países da Europa como medida de precaução após relatos de efeitos colaterais fortes e até óbito em algumas das pessoas que tomaram a vacina. 

Como as vacinas funcionam?

Dinamarca, Islândia e Noruega anunciaram a suspensão na quinta-feira por motivos de "precaução". Esta sexta-feira, a Bulgária tomou a mesma decisão.  

No início da semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a "graves problemas de coagulação" alguns dias após ter sido imunizada. 

Investigação 

A porta-voz da OMS informou que os especialistas da agência estão a analisar a informação sobre a formação de coágulos sanguíneos, mas disse que, por enquanto, não foi estabelecida qualquer relação. 

Segundo Harris, “qualquer alerta de segurança deve ser alvo de investigação.” 

Para ela, é preciso assegurar que todos os alertas de segurança sejam analisados, mas “não existe qualquer indicação para não se utilizar" o imunizante.  

Vacinas contra Covid-19 chegando a São Tomé através da iniciativa Covax
ONU São Tomé e Príncipe
Vacinas contra Covid-19 chegando a São Tomé através da iniciativa Covax

Covax 

A AstraZeneca é a principal vacina na fase inicial da Covax, a iniciativa da OMS para garantir a imunização equitativa a países em desenvolvimento.  

Até o momento, a Covax já distribuiu 29 milhões de doses a 38 nações, incluindo os países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe.  

A porta-voz da OMS também informou que a vacina da Sinopharm está nos estágios finais do processo de listagem de uso de emergência da agência.  

Emergência 

Também esta quinta-feira, a OMS aprovou a vacina da Johnson & Johnson para uso de emergência. Este é o quarto imunizante endossado pela agência.  

Ao contrário das demais vacina, a Johnson & Johnson é administrada em apenas uma dose com a mesma eficiência. Na próxima semana, o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS irá se reunir para discutir recomendações sobre o seu uso. 

Diretor-geral da OMS diz que o mundo tem que se livrar desses estereótipos ao sair da crise de saúde global
ONU/Evan Schneider
Diretor-geral da OMS diz que o mundo tem que se livrar desses estereótipos ao sair da crise de saúde global

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse esperar que “essa nova vacina ajude a reduzir as desigualdades entre as vacinas, e não a aprofundá-las.” 

Recuperação global 

A Covax reservou 500 milhões de doses da Johnson & Johnson e espera recebê-las o mais rápido possível. 

 Tedros informou ainda que, globalmente, 335 milhões de doses de vacina já foram aplicadas em 144 economias.  

Cerca de 76% aconteceram em apenas 10 nações. 

Para o chefe da OMS, “a distribuição desigual de vacinas continua a ser a maior ameaça para acabar com a pandemia e impulsionar uma recuperação global.”