Homens tendem a ter menos acesso a testes de HIV no mundo
Estudo da Unaids aponta mesma disparidade quanto ao tratamento antirretroviral; alta taxa de sucesso em mulheres se deve a melhor comportamento na busca de saúde e a serviços para o vírus projetados especificamente para público feminino.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids realça que homens vivendo com o vírus têm menor probabilidade de ter acesso ao teste e à terapia antirretroviral.
Os mais altos níveis de novas infeções pelo HIV ocorrem também entre o gênero masculino, realça uma atualização publicada esta segunda-feira.
Novas infecções
A agência estima que 1,7 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o mundo em 2019. O total corresponde a uma queda de 23% no número de novas infecções pelo HIV desde 2010.
Apesar disso, os dados sobre os novos infectados no ano passado ilustram que o progresso na prevenção continua muito lento. O total é maior que o triplo do limite de 500 mil infeções que se esperavam em 2020.
Em 2019, ocorreram menos casos de novas infecções por HIV em todo o mundo entre mulheres e meninas. A proporção é de 48% do total de infecções, se comparada aos 52% de homens e meninos.
Nesse grupo, o número de novas infecções tem caído mais rapidamente por ano tendo atingido 27% desde 2010. Entre homens e meninos a queda foi de 18%.
Tratamento
A agência da ONU revela ainda que em quase todas as regiões, as mulheres que vivem com HIV têm mais probabilidade de ter acesso ao teste e ao tratamento antirretroviral do que os homens.
Entre os fatores que influenciam essas disparidades estão o melhor comportamento do público feminino na busca de saúde e a existência de serviços relacionados ao HIV projetados especificamente para as mulheres. Entre eles estão a prevenção da transmissão do HIV de mãe para filho durante o atendimento pré-natal.
No período analisado, a diferença na cobertura do tratamento em todo o mundo era de 12% dando vantagem para mulheres vivendo com HIV, se comparada a homens nessa situação. A supressão viral era 10 pontos percentuais maior em pacientes de sexo feminino.
África Subsaariana
A Unaids destaca que a lacuna de tratamento entre homens vivendo com o vírus contribui para aumentar as novas infecções por HIV em mulheres na África Subsaariana.
A agência realça estudos recentes em várias partes da região mostrando como uma cobertura dessas disparidades acelera o declínio na incidência de HIV entre as mulheres, especialmente as mais jovens.