OMS junta-se a tributo em Espanha a vítimas da pandemia e solidariedade ao pessoal da saúde
Diretor-geral da agência compareceu à cerimônia em Madri a convite do rei Felipe VI e do primeiro-ministro Pedro Sánchez; país perdeu 28 mil pessoas; nesta quinta-feira, agência da ONU pediu mais apoio para populações vulneráveis na África.
O líder da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, esteve esta quinta-feira em Espanha para prestar um tributo às vítimas fatais da Covid-19 no país e saudar os esforços dos trabalhadores de saúde que tentam conter a pandemia.
Tedros compareceu à cerimônio ao lado do rei Felipe VI, da Espanha, e do primeiro-ministro Pedro Sánchez.
Esforços
I had the great honour to meet with King Felipe VI, @CasaReal, and discuss Spain’s tireless campaign against #COVID19 and the importance of following a science-based approach, backed by global solidarity, to bring the virus under control around the world. Together, for health! pic.twitter.com/B2GPGTPGxu
DrTedros
No início da pandemia, a Espanha esteve entre os países mais impactados pelo vírus. Quase 10 mil novos casos foram notificados em um único dia nos momentos mais altos do surto.
Desde então, grandes esforços, como vigilância, testes, rastreamento de contatos, tratamento e isolamento, conseguiram suprimir a transmissão.
O chefe da OMS disse que essa mudança se deve “à liderança demonstrada pelo governo e à forte determinação dos espanhóis, que cumpriram restrições estritas, como confinamento social e distanciamento físico.”
Para Tedros, “a Espanha mostrou que, com liderança e ação política, apoiada pela comunidade, a Covid-19 pode ser controlada, não importa em que estágio de transmissão esteja.”
Mas para ele, é preciso estar atento e que a agência apoia "o compromisso das autoridades de permanecer vigilantes diante desta ameaça persistente.”
Até esta sexta-feira, a Espanha tinha confirmado mais de 257 mil casos e cerca de 28 mil mortes.
África
Também esta sexta-feira, durante uma entrevista a jornalista em Genebra, a OMS pediu maior apoio para proteção contra a Covid-19 entre populações vulneráveis em toda a África.
Falando a jornalistas em Brazzaville, na República do Congo, a diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, disse que o vírus "exacerbou os desafios humanitários que já existiam, sobretudo no que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde.”
Segundo Moeti, algumas operações humanitárias foram atrasadas devido a bloqueios e restrições de movimento para pessoal e carga. Em Burkina Fasso, por exemplo, 110 unidades de saúde foram fechadas. Outras 186 unidades reduziram seus serviços, deixando cerca de 1,5 milhão de pessoas sem assistência médica adequada.
Refugiados
A África Subsaariana abriga mais de 26% dos refugiados do mundo. Segundo a OMS, assentamentos lotados podem aumentar o risco de transmissão da Covid-19, bem como o difícil acesso à água limpa.
O sistema da ONU já ativou grupos de saúde em oito países onde a situação humanitária exige apoio da comunidade internacional, incluindo Burkina Fasso, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Níger e Sudão do Sul.
Embora as informações sobre transmissão em ambientes humanitários sejam limitadas, cerca de 1,8 mil casos foram relatados entre deslocados, refugiados e migrantes nesses países. Devido à capacidade limitada de testes, os números devem ser maiores.
Tragédia
Por tudo isso, a diretora-regional da OMS pediu que que a comunidade internacional “aumente o apoio a milhões de pessoas que precisam urgentemente de assistência.” Segundo ela sem apoio, “poderá acontecer uma tragédia.”
A OMS está trabalhando com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, para aumentar a informação sobre o tema, distribuir suprimentos médicos e implementar medidas preventivas, como estações de lavagem de mãos.
Também está realizando esforços para fortalecer a vigilância, treinar profissionais de saúde, estabelecer centros de saúde por telefone e testar e cuidar de pessoas que contraem a doença.
No total, o continente africano já confirmou cerca de 280 mil casos e mais de 8,7 mil mortes.