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Em Berlim, Guterres diz que conflito na Líbia testa credibilidade internacional BR

A chanceler alemã, Angela Merkel, abriu a Conferência de Berlim sobre a Líbia com o secretário-geral da ONU.
Governo Federal da Alemanha/Guido Bergmann
A chanceler alemã, Angela Merkel, abriu a Conferência de Berlim sobre a Líbia com o secretário-geral da ONU.

Em Berlim, Guterres diz que conflito na Líbia testa credibilidade internacional

Paz e segurança

Partes do conflito e líderes de alto nível buscam solução pacífica para a violência; secretário-geral alerta para  risco de escalada na região com aumento de participantes externos na situação.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu este domingo a Conferência de Berlim sobre a Líbia pedindo ao mundo para passar de palavras para os atos na busca da solução para o conflito no país.

Para o chefe da ONU, a credibilidade da comunidade de nações “está sendo testada” com a situação. Guterres prometeu dar apoio total aos esforços em prol de progressos concretos no terreno.

Líderes

O discurso de Guterres teve início destacando que o fim da “espiral sem saída” na Líbia era a razão urgente e premente para reunir os líderes presentes na capital da Alemanha.

Na conferência organizada pela chanceler alemã, Angela Merkel, participam o líder do Governo do Acordo Nacional apoiado pela comunidade internacional, Fayez al-Sarraj, e o comandante do Exército Nacional da Líbia, Khalifa Haftar.

Guterres elogiou a realização da iniciativa com a presença de representantes internacionais.

Várias representantes africanos de alto nível estão entre os líderes de países como Estados Unidos, Rússia, Turquia, Reino Unido, Itália e Emirados Árabes Unidos.

Guterres elogiou a realização da iniciativa com a presença de representantes internacionais para buscar uma solução pacífica para o conflito líbio. Ele lembrou que este processo retoma os esforços que foram iniciados há um ano.

Civis

A escalada da violência em abril passado causou milhares de mortes e ferimentos na capital Trípoli, incluindo centenas de civis. A ONU estima que a situação obrigou mais de 170 mil pessoas a abandonar suas casas.

Somente a maior cidade líbia teve que fechar mais de 220 escolas, colocando cerca de 116 mil crianças fora das salas de aula.

Para o chefe da ONU, esta situação agravou as condições de vida de migrantes e refugiados presos em centros de detenção perto dos locais onde acontecem os combates. Guterres pediu o fim desta situação que considera “terrível”.

O secretário-geral também chamou a atenção para o “um claro risco de escalada” na região marcada pelo envolvimento de um “número crescente de atores externos” do conflito.

Esperança para a Líbia após Conferência em Berlim

Solução militar

Guterres reiterou que não há solução militar na Líbia. Para ele, chegou o momento de “ação imediata e determinante” para impedir uma guerra civil.

O chefe da ONU alertou para as consequências desse possível “pesadelo humanitário” como a ameaça de uma divisão interna permanente. A nível regional seria observado o aumento do terrorismo, do tráfico de pessoas, drogas e armas.

Soluções

Para Guterres, a presença de líderes internacionais no evento era para criar um ambiente internacional favorável para unir os próprios líbios na busca de soluções para o conflito.

O secretário-geral disse que o Comunicado de Berlim prevê princípios essenciais para preservar a paz e segurança internacionais. Entre eles estão soberania, não-interferência e respeito ao direito internacional, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

 Vista aérea de Trípoli, capital da Líbia.
ONU/Abel Kavanagh
Vista aérea de Trípoli, capital da Líbia.