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ONU deve lançar diálogo político entre partes em conflito na Líbia até final de janeiro BR

Mulher em Trípoli, na Líbia
Unsmil/Abel Kavanagh
Mulher em Trípoli, na Líbia

ONU deve lançar diálogo político entre partes em conflito na Líbia até final de janeiro

Assuntos da ONU

Anúncio foi feito em Nova Iorque pelo representante especial do secretário-geral para o país; iniciativa faz parte de nova estratégia da organização, que divide esforços para a paz em três partes.

O representante especial do secretário-geral para a Líbia, Ghassan Salameh, anunciou na segunda-feira em Nova Iorque uma nova estratégia das Nações Unidas para conseguir a paz no país.

Salameh explicou que os esforços serão divididos em três partes, com foco em questões econômicas e financeiras, militares e de seguranca e, por fim, políticas.

Encontros

O enviado especial das Nações Unidas no país, Ghassan Salame, participa na mediação do processo que reúne as partes em conflito.
Representante especial do secretário-geral para a Líbia, Ghassan Salameh, Foto ONU/Mark Garten

O representante disse que os primeiros encontros aconteceram na segunda-feira na capital da Tunísia, Túnis, sobre temas econômicos. Representantes de todas as partes em conflito estiveram presentes.

Nas próximas duas semanas, devem acontecer as primeiras reuniões sobre questões militares e de seguranca, onde devem ser debatidos temas como cessar-fogo, embargo de armas, terrorismo, contraterrorismo e desarmamento, desmobilização e reintegração.

Em último lugar, devem ser lançados os diálogos políticos. Salameh espera que aconteçam ainda em janeiro, provavelmente na sede da ONU em Genebra, o Palácio das Nações.

Esperança

O representante também destacou a Conferência de Berlim, uma iniciativa da ONU que a Alemanha deverá acolher nos próximos meses. O encontro deverá reunir vários líderes mundiais e Salameh espera que “seja o empurrão internacional para o que a Unsmil tem tentado fazer no terreno.”

Salameh, que também é chefe da missão da ONU na Líbia, Unsmil, falou aos jornalistas depois de um encontro do Conselho de Segurança que discutiu a situação no país. Antes disso, teve uma sessão de trabalho com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O especialista repetiu que não existe solução militar para o conflito e que “existem armas e mercenários suficientes.” Segundo ele, “a intervenção internacional deve parar.”

Situação

Sobre o estado atual do conflito, Salameh disse que “é particularmente difícil” e deu vários exemplos, como o ataque de sábado em que pelo menos 30 jovens cadetes perderam a vida num colégio militar na capital do país.

Sobre a situação humanitária, disse que “são os líbios que estão a pagar o preço mais alto”, com milhares de novos deslocados internos. Nas últimas semanas, 12 unidades de saúde foram forçadas a fechar nas principais áreas de confrontos. Mais de 210 escolas estão fechadas, deixando 113 mil crianças fora da escola.

Para terminar, o representante mencionou “a grande coragem dos colegas da Unsmil, que tentam ajudar, ao mesmo tempo, aos níveis humanitário, econômico e político.” Salameh destacou ainda “a determinação da ONU para encontrar uma saída para esta situação sombria.”

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