Recursos para resposta à epidemia de HIV/Aids caíram US$ 1 bilhão em 2018 BR

Em mensagem sobre Dia Mundial de Combate à Aids, marcado no 1º de dezembro, secretário-geral pediu mais esforços da comunidade internacional; cerca de 23 milhões de pessoas vivendo com o vírus receberam tratamento no ano passado.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que acabar com a epidemia de Aids até 2030, como definido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, “exigirá um esforço por parte de todos.”
Este domingo, 1º de dezembro, marca o Dia Mundial de Combate à Aids. O tema esse ano é “As comunidades fazem a diferença”.
Em mensagem sobre o dia, Guterres afirmou que “as Nações Unidas, governos, sociedade civil e outros parceiros têm atuado juntos para aumentar o acesso aos serviços de saúde e parar as novas infecções.”
No ano passado, cerca de 37,9 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo. Dessas, mais de 23 milhões receberam tratamento.
Segundo o chefe da ONU, “comunidades em todo o mundo estão no centro desta resposta, ajudando às pessoas a cobrarem seus direitos, promovendo acesso a serviços sociais e de saúde livres de estigma.”
As comunidades também “garantem que esses serviços cheguem aos mais vulneráveis e marginalizados, pressionando por mudanças em leis discriminatórias.”
O secretário-geral disse que, ainda assim, existem várias necessidades. Apesar do número recorde de pessoas infectadas, os recursos para a resposta caíram US$ 1 bilhão no ano passado.
Para António Guterres, mais do que nunca é preciso “aproveitar o papel de organizações lideradas por comunidades que defendem seus pares, fornecem apoio e serviços para pessoas com HIV e defendem os direitos humanos.”
Ele disse que, quando as comunidades se engajam, mudanças acontecem e investimentos são traduzidos em resultados.
O chefe da ONU termina a mensagem dizendo que, com as comunidades, é possível acabar com a Aids.
Sobre o tema desse ano, a diretora-executiva do Unaids, Winnie Byanyima, disse que, sem comunidades, não existiriam 24 milhões de pessoas fazendo tratamento.
Ela lembrou o exemplo de Jeanne, uma mulher do Burundi que, há 25 anos, foi a primeira pessoa a revelar que estava vivendo com o vírus. Hoje, ela se tornou ativista e luta pelo direito à assistência médica.
Depois de Jeanne, vieram outros ativistas mais jovens, como Yana, de 20 anos, que nasceu com HIV na Ucrânia. Yana fundou o Teenergizer, um grupo que reúne jovens em toda a Europa Oriental.
Fiacre, ativista que vive na República Centro-Africana, atravessa uma zona de conflito de bicicleta para recolher antirretrovirais para ele e para um grupo que apoia.
Para a chefe do Unaids, estes exemplos mostram “como as comunidades fazem a diferença em todo o mundo.” Ainda assim, “estas inúmeras contribuições não podem substituir a responsabilidade dos governos.”
Segundo ela, os países-membros assumiram o compromisso de que pelo menos 30% dos serviços de HIV sejam chefiados por membros da comunidade. Além disso, 6% de todo o financiamento para esta luta deve ser usado em serviços de mobilização da comunidade.
Winnie Byanyima termina sua mensagem pedindo que “os governos abram espaço para que os ativistas possam fazer o trabalho que fazem melhor.”