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República Democrática do Congo comemora sobrevivência ao ebola com recuperação de paciente número 1000

Guiné-Conacri foi uma das três nações mais afetadas pelo surto de ebola ocorrido na África Ocidental entre 2014 e 2016
Federação Internacional da Cruz Vermelha/ Sociedade do Vermelho Crescente
Guiné-Conacri foi uma das três nações mais afetadas pelo surto de ebola ocorrido na África Ocidental entre 2014 e 2016

República Democrática do Congo comemora sobrevivência ao ebola com recuperação de paciente número 1000

Saúde

Em comunicado, emitido por várias agências das Nações Unidas, país celebra sucesso no enfrentamento ao vírus; surto iniciado em agosto de 2018 na província de Kivu Norte se espalhou rapidamente a outras partes da nação africana.

A República Democrática do Congo está comemorando neste 4 de outubro o sucesso de uma ação coordenada para combater um surto de ebola.

A notícia foi dada com a alta da paciente, Kavira, a de número 1000, que sobreviveu à doença.

Visita

O ebola, uma enfermidade altamente letal, começou em 1º de agosto de 2018, na província de Kivu Norte, e se espalhou por outras regiões da República Democrática do Congo.

Zona de tratamento do ebola na província do Kivu Norte
Zona de tratamento do ebola na província do Kivu Norte, by Unicef/Tremeau

Um esforço do país africano e de agências das Nações Unidas, além de outras entidades internacionais, ajudou a conter a doença.

Num comunicado, um grupo de agências da ONU elogiou o que chamou de “forte liderança” das autoridades congolesas e o esforço incansável de milhares de trabalhadores de saúde da RD Congo.

A parceria conseguiu salvar, pelo menos, mil vidas.

Certificado

O certificado de sobrevivente foi entregue à Kavira pelo próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, durante sua visita ao país africano no início de setembro.

A paciente disse que pensava que ia morrer, mas que com a cura, está revigorada e quer retornar a sua aldeia para ajudar outras pessoas.

O ebola se espalhou para as províncias de Ituri e Kivu Sul em meio a sérios desafios causados por instabilidade política, insegurança, resistência, desconfiança, precários serviços de saúde e pela violência de grupos armados.

Em maio, deste ano, o Unicef, o Programa Mundial de Alimentos, a Organização Mundial da Saúde, a organização Save the Children e o coordenador de emergência para resposta ao ebola juntaram-se ao governo para acelerar a ação de combate à doença.

Um cuidador no Centro de Tratamento Ebola de Butembo, beija um bebê de sete meses que perdeu a mãe devido ao ebola poucos dias antes.
Um cuidador no Centro de Tratamento Ebola de Butembo, beija um bebê de sete meses que perdeu a mãe devido ao ebola poucos dias antes., by © UNICEF/Vincent Tremeau

Vacina

O coordenador, David Gressly, afirmou que cada sobrevivente motiva o grupo a continuar, mas também representa um lembrete de que outras vidas foram perdidas.

Este é o surto mais longo de ebola na RD Congo. Uma vacina com 97.5% de eficiência ajudou a proteger 226 mil pessoas. E os novos tratamentos salvaram mais de 90% de pacientes que buscaram tratamento no início da infecção.

A cooperação com agências da ONU, outras organizações e o governo ajudou a abrir sete centros de tratamento contra o ebola.

As agências também estão trabalhando com comunidades e líderes religiosos para prevenir a infecção.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, está ajudando os sobreviventes com o fornecimento de comida, uma vez que muitos ficaram sem meios de subsistência após contraírem o vírus.

República Democrática do Congo comemora sobrevivente número 1000 do ebola