Número de pessoas em risco de tracoma cai 92% desde 2002
Informação foi avançada pela Organização Mundial de Saúde; doença é a principal causa infecciosa de cegueira no mundo; cerca de 1,9 milhão de pessoas perderam totalmente ou parcialmente a visão.
O número de pessoas em risco de tracoma caiu de 1,5 mil milhões em 2002 para pouco mais de 142 milhões em 2019. A redução foi de 91%, anunciou esta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde, OMS.
Tracoma é a principal causa infecciosa de cegueira do mundo. O número de pessoas que necessitam de cirurgia para triquíase tracomatosa, o estágio mais tardio da doença, caiu de 7,6 milhões em 2002 para 2,5 milhões em 2019, uma redução de 68%.
Avanços
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WHO
Em nota, a diretora do Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Mwelecele Ntuli Malecela, disse que este avanço "contribui para a saúde ocular e a qualidade de vida das pessoas mais pobres e desfavorecidas em todo o mundo.” Segundo ela, estes dados “tornam mais próximo o alcance da cobertura universal de saúde."
Malecela afirmou que “livrar o mundo dessa doença dolorosa e debilitante está sendo possível graças a doações generosas do antibiótico azitromicina, contribuições sustentadas de uma rede de agências e parceiros e dos esforços de centenas de milhares de trabalhadores.”
Desde 2011, oito países eliminaram o tracoma como um problema de saúde pública.
O tracoma ainda existe em 44 países e é responsável pela cegueira ou perda parcial de visão de cerca de 1,9 milhão de pessoas em todo o mundo.
Trabalho
O presidente da Coligação Internacional para Controle do Tracoma, Scott McPherson, disse que “o trabalho contra o tracoma exigiu a criação de parcerias inovadoras, que ajudarão a garantir que as pessoas mais remotas e marginalizadas não sejam deixadas para trás.”
A OMS diz que “a eliminação do tracoma é barata, simples e muito eficiente a nível de custos, gerando uma alta taxa de retorno econômico líquido.”
Em 2018, 146.112 mil casos de triquíase foram tratados com pequenas cirurgias e quase 90 milhões de pessoas receberam antibióticos para este tipo de infecção em todo o mundo.
Para o responsável pelo programa global de eliminação do tracoma da OMS, Anthony Solomon, "este é um grande progresso”, mas a comunidade internacional “não se pode tornar complacente."
Solomon diz que o mundo só conseguirá que o tracoma pertença aos livros de história nos próximos anos, redobrando os esforços de combate da doença.