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OMS pede apoio financeiro para travar surto de ébola na RD Congo

A OMS lembra que o trabalho desenvolvido com o governo da RD Congo permitiu evitar “centenas de mortes.”
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A OMS lembra que o trabalho desenvolvido com o governo da RD Congo permitiu evitar “centenas de mortes.”

OMS pede apoio financeiro para travar surto de ébola na RD Congo

Saúde

Diretor-geral emite pedido de ajuda para angariar os US$ 148 milhões necessários; apenas US$ 10 milhões estão garantidos; agência preocupada com falta de segurança.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, apelou esta terça-feira aos doadores que continuem a financiar a resposta ao surto de ébola na República Democrática do Congo, RD Congo.

Segundo o responsável, há uma necessidade urgente de US$ 148 milhões para que todos os parceiros envolvidos possam continuar o seu trabalho. Até agora, estão garantidos menos de US$ 10 milhões.

Riscos

Para o diretor-geral da OMS, há uma “responsabilidade partilhada” em acabar com este surto.
Para o diretor-geral da OMS, há uma “responsabilidade partilhada” em acabar com este surto.
ONU/ Elma Okic

O apelo surge uma semana antes da próxima missão de Ghebreyesus ao país, onde se reunirá com o presidente Tshisekedi na capital do país, Kinshasa, antes de viajar para Butembo e Katwa, as áreas atingidas pelo ébola.

Em comunicado, Ghebreyesus lembra que esta é uma “situação sem precedentes” e afirma que nunca houve um surto de ébola nestas condições, com uma população tão móvel e com muitas lacunas no sistema de saúde.

Para o responsável, o contexto de segurança é outra grande preocupação, depois de relatos de que um centro de saúde administrado pela Organização Não-Governamental, ONG, Médicos Sem Fronteiras, em Katwa, ter sido alvo de um ataque no domingo passado.

Trabalho

A OMS lembra que o trabalho desenvolvido com o governo da RD Congo permitiu evitar “centenas de mortes” mas alerta que “o surto ainda não acabou” e que é necessário financiamento para o travar.

Segundo a agência, mais de 80 mil pessoas foram vacinadas e mais de 400 receberam tratamento. Outros milhares de casos suspeitos foram acompanhados, testados e transferidos para outros centros.

A OMS enviou mais de 300 toneladas de material médico e de saúde, incluindo vacinas e 470 mil conjuntos de equipamentos de proteção individual para parceiros que operam nos centros de tratamento.

Responsabilidade

Juntamente com a resposta no país, centenas de profissionais de saúde, oficiais de fronteira e outros profissionais de resposta em países vizinhos foram treinados e preparados para responder a potenciais casos.

A OMS garante que com as entidades parceiras foi possível conter o surto em algumas regiões e impedir a transmissão para os países vizinhos mas avisa que é preciso continuar a trabalhar.

Para o diretor da OMS, há uma “responsabilidade partilhada” em acabar com este surto, acrescentando que o contínuo apoio técnico e financeiro da comunidade de doadores é uma prova do compromisso global de parar o surto.