Descoberta de corpos mutilados de crianças na Tanzânia preocupa ONU

Em declaração ao governo, coordenador da organização pediu punição dos responsáveis e mais proteção infantil; três menores encontrados na província de Njombe são da mesma família; corpos estavam decepados nos membros e genitais.
As Nações Unidas manifestaram “profunda preocupação” com a descoberta de 10 corpos mutilados de crianças encontrados em Njombe, no sul da Tanzânia.
O coordenador residente da ONU no país, Álvaro Rodriguez, revelou que três desses menores eram da mesma família. Partes de seus corpos encontrados nas últimas semanas foram decepadas, incluindo órgãos genitais.
O representante disse que, mesmo com informações escassas, foi emitida uma declaração ao governo manifestando a posição do seu escritório em relação ao assunto.
O documento pede ainda um reforço do apoio dado às autoridades locais para levar os culpados ao tribunal e permitir mais segurança em vias onde passam crianças a caminho ou regressando da escola.
Rodriguez explicou que, aparentemente, as crianças desaparecem quando vão às escolas ou mercados e não estão em companhia dos pais.
Falando das possíveis razões das mortes, Rodriguez mencionou especulações dando conta de uma “possível forma de bruxaria”.
O coordenador também mencionou casos anteriores de assassinato de pessoas que vivem com albinismo. Entretanto, explicou que houve “uma redução drástica” deste tipo de casos nos últimos três anos, daí a surpresa com os recentes assassinatos.
A ONU foi informada de ações das autoridades para localizar médicos tradicionais que possam estar ligados aos casos. Rodriguez disse, porém, que é importante distinguir pessoas que trabalham com ervas de outras que “podem ser piores”.
O representante foi informado sobre a detenção de pessoas por suposta participação nestes crimes.
A ONU ajuda a prevenir estes crimes criando postos especializados em mulheres e criança que são liderados pelas autoridades.
Outra forma de apoio tem sido dada ao plano nacional sobre a violência contra a mulher e a criança da Tanzânia.
*Com reportagem de Stella Vuzo do Centro de Informação da ONU em Dar es Salaam