Guterres reconhece avanços da COP24 mas faz “apelo dramático” a mais ambição
Líder da ONU pede às partes que encontrem uma forma de equilíbrio para todos os países; vulnerabilidade dos Estados insulares deve servir de exemplo; livro de regras de implementação do Acordo de Paris deve ser acordado o quanto antes.
O secretário-geral da ONU considera que é necessário ser mais ágil nas negociações entre países para combater a mudança climática.
António Guterres regressou à Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP24, para relembrar que “esta é a COP mais importante desde a adoção do Acordo de Paris”. O representante recordou que a mudança climática está a acontecer mais rápido do que o previsto e que “Katowice deve ser um sucesso, como plataforma necessária para reverter essa tendência.”
O líder da ONU pediu “ambição e compromisso”, referindo que no espaço de uma semana “mais três relatórios foram adicionados à longa lista de sinais de avisos.”
Em discurso , António Guterres afirmou que “apesar do progresso nos textos de negociação, ainda há muito a ser feito.”
Diálogo Talanoa
Guterres lembrou que a importância do Diálogo Talanoa, promovido pelas Fiji que estabelece o processo para discutir a ambição de evitar uma subida média global da temperatura superior 1,5 ° C.
O líder da ONU referiu a vulnerabilidade dos pequenos Estados insulares e o facto de para “as pessoas que vivem nessas ilhas, a mudança climática não ser um exercício teórico sobre o futuro@ mas antes @uma questão de vida ou morte.”
O exemplo serviu para Guterres evidenciar como é urgente alcançar resultados nesta COP24 e “acelerar esses esforços” para acompanhar os compromissos assumidos em Paris.
Livro de regras
Guterres lembrou que acabava de regressar de Marraquexe onde mais de 160 países adotaram o Pacto Global para a migração. O acordo não vinculativo, tal como o prazo para finalizar o Programa de Trabalho do Acordo de Paris, não foi imposto às Partes mas antes acordado na COP22, que decorreu na mesma cidade marroquina.
O chefe da ONU reafirmou que “tanto a Convenção como o Acordo de Paris reconhecem que os países têm diferentes realidades, diferentes capacidades e diferentes circunstâncias” por isso, adiantou que é necessário “encontrar uma fórmula que equilibre as responsabilidades de todos os países.”
Finalizando o seu discurso, Guterres deixou “um apelo dramático”, afirmando que “esta é a hora do consenso” em de "compromissos políticos serem alcançados”. Ele reconheceu que tal “significa sacrifícios” com benefícios para todos.
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