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Países das Américas se reúnem para definir estratégias e manter região livre da pólio BR

Países das Américas têm uma cobertura de vacinação abaixo dos 95%, necessários em todos os níveis para prevenir a transmissão da doença.
UNICEF/Bashir Ahmed Sujan
Países das Américas têm uma cobertura de vacinação abaixo dos 95%, necessários em todos os níveis para prevenir a transmissão da doença.

Países das Américas se reúnem para definir estratégias e manter região livre da pólio

Saúde

Último caso registrado na área foi em 1991; Organização Pan-Americana da Saúde alerta que se a doença não for erradicada em 10 anos no mundo, 200 mil novos casos podem ocorrer anualmente.

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, reúne até esta quinta-feira parceiros estratégicos e 140 profissionais da saúde de 22 países da região das Américas no 6° Encontro Regional sobre a Pólio.

O evento que acontece na Guatemala tem como lema “No Caminho da Certificação Global”. A meta é traçar estratégias para manter os países das Américas livres da pólio.

O último caso da doença foi registrado nas Américas em 1991. Três anos depois, a região foi a primeira no mundo a ser certificada pela Organização Mundial da Saúde, OMS, como sendo livre da doença.

Evento que acontece na Guatemala tem como lema “No Caminho da Certificação Global”.
Evento que acontece na Guatemala tem como lema “No Caminho da Certificação Global”. Foto: Opas

Queda

A ocorrência da pólio teve uma queda de mais de 99% mundialmente. Em 1988 haviam sido registrados cerca de 350 mil casos em mais de 125 países. Em 2018, este número caiu para 27 ocorrências registradas no Paquistão e no Afeganistão.

A ONU prevê que se a meta da erradicação global não for alcançada, pode ocorrer um reaparecimento da doença nos próximos 10 anos, o qual poderia levar à 200 mil novos casos por ano.

Risco

Para o chefe da Unidade de Imunização Integral da Família da Opas, Cuauhtémoc Ruiz-Matus, “enquanto houver até mesmo uma criança infectada, crianças em todos os países sofrem o risco de contrair a pólio.”

Ruiz-Matus pediu que os responsáveis pelos programas de imunização participantes no encontro se mantenham “muito alertas” porque o “risco da reintrodução do vírus da poliomielite existe, aconteceu com o sarampo e pode acontecer com a pólio.”

Em 2018 ocorreram casos da doença no Afeganistão
Em 2018 ocorreram casos da doença no Afeganistão. Foto: UNICEF

Vacinação

A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus que invade o sistema nervoso e provoca paralisia em poucas horas. A doença não tem cura, mas pode ser prevenida através da vacinação.  As crianças com menos de cinco anos são as mais afetadas.

Dados recentes indicam que os países das Américas têm uma cobertura de vacinação abaixo dos 95%, necessários em todos os níveis para prevenir a transmissão da doença.

Para a Opas, isso significa que algumas comunidades correm o risco de ter um surto caso aconteça o contato com um caso de fora ou um caso de poliovírus derivado da vacina.

Erradicação

O ministro da Saúde da Guatemala, Roberto Molina, ressaltou que se sabe que  “existe o risco da reintrodução da pólio, e é por isso que o país se comprometeu em aderir o plano estratégico da Paho para que a região se mantenha livre da doença.”

Já o representante da Guatemala da Opas destacou que “manter os padrões de observação, contenção e resposta aos surtos, e a vacinação é a chave” para proteger a população da região.

A Opas espera que até o final do encontro, todos os países renovem o comprometimento em manter as Américas livre da pólio e o mundo mais perto da erradicação global.