Brasil tem maior porcentagem de pessoas vivendo com HIV em tratamento nos lusófonos
Novo relatório inclui dados de Portugal, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola; mais da metade dos soropositivos a nível global ainda tem carga viral detectável por dificuldades para realizar exames e problemas no tratamento.
O Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, pede esforços redobrados para alcançar milhões de soropositivos que não conhecem seu estado sorológico e os que ainda não baixaram o vírus para níveis que não é possível detectar no sangue.
Desde 2017, o número de pessoas vivendo com o HIV sem saber caiu de um terço para um quarto em todo o mundo.
Carga Viral
A agência revelou que a porcentagem de pessoas que suprimiram a carga viral a níveis indetectáveis aumentou de 38% em 2015, para 47% no ano passado.
As informações constam do relatório Conhecimento é Poder, que tem como foco a necessidade de aumentar testes. O documento foi lançado esta quinta-feira na cidade marfinense de Abidjan.
Países Lusófonos
Entre os países lusófonos, o Brasil tem a maior porcentagem de pessoas vivendo com HIV em tratamento, com 84%. Seguem-se Portugal com 80%, Cabo Verde com 75%, Moçambique com 54%, Guiné-Bissau com 30% e Angola com 26%.
Portugal tem uma porcentagem de 71% de pessoas que vivem com o vírus e baixaram sua carga viral a níveis indetectáveis. A seguir está o Brasil com 59%. O documento não inclui quaisquer dados de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste.
O relatório revela que a cobertura de testes de carga viral continua baixa em muitas partes do mundo. Essas lacunas para realizar o tipo de exame aliadas a dificuldades no tratamento deixam mais da metade dos soropositivos a nível global com cargas virais não suprimidas.
Outro desafio é o aumento do risco de resistência aos medicamentos para o HIV, que ameaça os esforços para alcançar progressos nas metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Nos próximos dois anos, a ONU pretende que 90% das pessoas que vivem com HIV conheçam seu estado, 90% dos diagnosticados recebam terapia antirretroviral e 90% dos que recebem tratamento tenham sua carga viral não detectável.
O estudo destaca que os avanços para a estratégia chamada 90-90-90 e em metas de tratamento foram mais fortes nas regiões da África Ocidental e Austral, na América Latina e nos países de alta renda.