Guterres pede apoio a tribunal sobre Camboja após primeira condenação de líderes do Khmer Vermelho por genocídio

Para secretário-geral, sentença de prisão perpétua a dois ex-líderes demonstra que crimes mais hediondos podem ser responsabilizados; Para conselheiro especial para prevenção de genocídio decisão mostra que “a justiça prevalecerá e a impunidade deve prevalecer”.
O secretário-geral, António Guterres, declarou que a sentença contra dois dirigentes do Khmer Vermelho, no Camboja, mostra que autores dos crimes mais hediondos podem ser responsabilizados mesmo após décadas.
O vice-líder no regime de Pol Pot, Nyon Chea, com 92 anos, e o ex-chefe de Estado Khieu Samphan, de 87 anos foram sentenciados à prisão perpétua na sexta-feira. Ambos eram acusados de exterminar comunidades vietnamitas e muçulmanas entre 1975 e 1979.
Os acusados foram condenados por violações graves das Convenções de Genebra de 1949 e por crimes contra a humanidade que incluem assassinato, extermínio, escravidão, deportação, prisão, tortura, perseguição por motivos políticos, religiosos e raciais além de atos desumanos contra civis nesse período. Ambos negaram as acusações.
This Friday’s trial judgment in Cambodia shows that perpetrators of the most heinous crimes can be held accountable even after decades. My thoughts are with the victims of genocide and crimes against humanity for which the accused have been found guilty. https://t.co/0qSHoNn197
antonioguterres
Foi a primeira condenação por genocídio declarada a altos funcionários de Pol Pot, líder do então Partido Comunista do Kampuchea, segundo agências de noticias.
A nota emitida pelo porta-voz de António Guterres destaca que "seus pensamentos estavam com as vítimas de genocídio, de crimes contra a humanidade e das graves violações das Convenções de Genebra de 1949", sobre os quais os acusados foram declarados culpados.
O comunicado de Guerras expressa apreciação à dedicação e ao trabalho árduo de todos os envolvidos na atividade do tribunal internacional do Camboja e insta os Estados-membros a continuarem a dar apoio à instituição.
Antes, o conselheiro especial para a prevenção do genocídio, Adama Dieng, disse que a condenação do tribunal apoiado pela ONU “demonstra que a justiça prevalecerá e que a impunidade deve prevalecer".
De acordo com o assessor, a sentença demonstra que a justiça prevalecerá e que a impunidade por crimes de genocídio e outras atrocidades nunca deve ser aceite.