Mais cidades portuguesas aceleram combate ao HIV/ Sida
Almada, Amadora, Loures entre centros urbanos que aderem a programa co-promovido pela Onusida; Concelho de Cascais disponibiliza testes gratuitos em farmácias; boas práticas são partilhadas com parceiros de países de língua portuguesa.
Sete cidades e vilas de Portugal assinaram a Declaração de Paris para acabar com o HIV/ Sida. Almada, Amadora, Loures, Odivelas, Oeiras, Portimão e Sintra juntam-se a Cascais, Lisboa e Porto na adoção de uma estratégia de combate à infeção.
Resposta

O ex-secretário de Estado da Saúde de Portugal, Fernando Araújo, considera que este é mais um passo para acelerar a resposta à epidemia.
“Grande parte das novas infecções por HIV centra-se nas cidades. Em Portugal, como no resto da Europa, é realmente nesses locais que nós temos que focar a nossa atenção e, naturalmente, de delinear estratégias de combate, quer na questão de informação, ao diagnóstico precoce e ao próprio tratamento.”
Em declarações à ONU News, de Lisboa, Fernando Araújo reconheceu que, apesar dos avanços feitos nos últimos anos, é necessário conseguir detetar as novas infeções mais cedo. Por isso, é fundamental continuar a trabalhar com os parceiros no rastreio.
Parcerias
“Com municípios, com associações locais, nomeadamente associações de utentes, com Instituições de Solidareiedade Social, Ipss, farmácias e Misericórdias porque elas conhecem bem o território, conhecem bem as comunidades e podem ajudar-nos, de forma muito relevante a chegar às pessoas.”
O programa Conjunto da ONU sobre HIV/Sida, Onusida, considera que Portugal tem sido pioneiro na resposta à infeção ”criando ambientes legais favoráveis, adoptando políticas progressivas para as drogas e tornando o tratamento do HIV acessível a todos, independentemente do seu estatuto migratório.”
Cascais
Durante uma visita a Cascais, o director executivo adjunto da Onusida, Tim Martineau, assistiu ao lançamento de uma iniciativa que visa aproximar os serviços de HIV das pessoas que deles necessitam.
A iniciativa, pioneira no país, resulta de uma parceria com a ONG “Ser +” e a Câmara Municipal de Cascais e disponibiliza testes gratuitos e anónimos em várias farmácias daquela vila portuguesa.
O vereador da Saúde do município, Frederico Pinho de Almeida, explicou à ONU News em que consiste esta parceria inédita.
“É um caminho positivo, com a adesão de 22 farmácias a este programa e, portanto, ser possível em 22 farmácias do concelho de fazer o teste rápido, de uma forma totalmente anónima, a pessoa se não quiser não se identifica, não diz o nome, diz apenas que quer fazer o teste e em 15 minutos tem o resultado.”
Lusofonia
Em relação à colaboração entre os países lusófonos, o ex-secretário de Estado da Sáude, Fernando Araújo, considera que tem havido cada vez mais trocas de boas práticas e experiências, que são muito importantes numa altura de intensos movimentos migratórios.
“A língua e até os próprios movimentos migratórios se fazem neste espaço com relevância. E se todos podermos utilizar a mesma linguagem, as mesmas abordagens a esta epidemia, seguramente vamos ter mais sucesso.”
Uma das novidades que o governo português pretende introduzir ainda este ano é a liberalização da venda do teste rápido, o que permitirá que qualquer pessoa se possa testar em casa.