ONU preocupada com detenções arbitrárias de ativistas na Arábia Saudita
Em nota, Escritório de Direitos Humanos diz que pelo menos 15 críticos do governo foram presos desde 15 de maio; entre eles está uma ativista feminina e uma das primeiras mulheres a obter uma carteira de motorista no país; mulheres eram proibidas de conduzir no país.
As Nações Unidas afirmam que desde 15 de maio, pelo menos 15 defensores e ativistas de direitos humanos foram presos, de forma aparentemente arbitrária, na Arábia Saudita.
Em muitos casos, o paradeiro dos detidos é desconhecido e não existe transparência.
Indiciamento
Em comunicado, o Escritório de Direitos Humanos informou que entre os 15 críticos do governo saudita detidos estão mulheres ativistas incluindo uma das primeiras a obter uma carteira de motorista, Hatoon al-Fassi. A condução de veículos por mulheres não era autorizada até pouco tempo no país árabe.
Os ativistas são acusados de crimes que podem levar a sentenças de até 20 anos na prisão. Mas ainda não está claro se houve indiciamentos dos casos.
Hatoon al-Fassi, por exemplo, foi detida entre 21 e 24 de agosto. Já Khaled Al-Omair não tem contato com a família desde 6 de julho quando foi levado pela polícia. Outro preso é o advogado Ibrahim al-Modaimeegh, de 80 anos.
A ONU pediu ao governo da Arábia Saudita que liberte todos os defensores de direitos humanos e ativistas detidos por causa de seu trabalho pacífico. Muitos deles lutaram pelo fim da proibição de condução para mulheres, uma campanha que durou décadas.
Para o Escritório de Direitos Humanos, qualquer investigação tem de ser conduzida de uma forma transparente com inteiro respeito pelos direitos do processo.
O Escritório deixou claro que todos os defensores de direitos humanos devem ter condições de realizarem seu trabalho sem medo de represálias ou perseguições.