Relator de direitos humanos saúda libertação de prisioneiros da Coreia do Norte

Três americanos detidos no país chegaram aos Estados Unidos na quarta-feira; relator afirma que avaliação de sistema penitenciário vai tornar-se inevitável.
A libertação de três prisioneiros americanos pela Coreia do Norte é “mais uma peça importante na perspectiva de paz” entre as duas Coreias, afirmou esta quinta-feira um especialista de direitos humanos da ONU.
Em nota, o relator especial de direitos humanos das Nações Unidas para a Coreia do Norte*, Tomás Ojea Quintana, disse acreditar que estes homens “estavam sob prisão arbitrária e impedidos de usufruir das suas liberdades fundamentais. ”
Segundo agências de notícias, os três homens de cidadania americana chegaram aos Estados Unidos na quarta-feira, acompanhados pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Quintana felicita esta “importante decisão do governo” da Coreia e espera que “ofereça uma oportunidade para continuar a resolver preocupações com direitos humanos e preocupações humanitárias.”
Uma nota do Escritório do Alto Comissário para os Direitos Humanos informa que Kim Hak Song, Kim Sang-duk (conhecido como Tony Kim) e Kim Dong-chul estavam entre vários estrangeiros detidos no país nos últimos anos.
Na mesma nota, Quintana pede à Coreia do Norte que liberte seis cidadãos da Coreia do Sul, incluindo três líderes religiosos, que continuam detidos.
O relator diz estar “preocupado com notícias de que estes presos estrangeiros não tiveram direito a um processo legal e são mantidos em condições desumanas sem acesso consular.”
Os líderes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, realizaram uma cimeira no mês passado.
Quintana explica que “à medida que as conversações de paz progridem, uma avaliação exaustiva de todo o sistema penitenciário da Coreia do Norte vai tornar-se inevitável.”
O relator especial visitará a Coreia do Norte na primeira semana de julho. Um relatório sobre a viagem será apresentado à Assembleia Geral em outubro deste ano.
Em nota separada, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, realiza uma visita oficial à Coreia do Norte até esta sexta-feira. O objetivo é avaliar as iniciativas e parcerias com a nação asiática na distribuição de comida.
No momento, a agência enfrenta desafios de financiamento na Coreia do Norte.
O objetivo da agência é assistir 650 mil mulheres e crianças na Coreia do Norte todos os meses com cereais fortificados e biscoitos nutritivos que possam atender às necessidades alimentares da população.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário por sua atuação junto ao Conselho de Direitos Humanos.