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Alto comissário preocupado com situação volátil na República Centro-Africana

Forças da Minusca.
Minusca/Igor Rugwiza
Forças da Minusca.

Alto comissário preocupado com situação volátil na República Centro-Africana

Paz e segurança

Pelo menos 22 pessoas morreram e 185 ficaram feridas durante ataque à igreja na semana passada;  representante da ONU alerta para o perigo de violência com base na religião. 

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, está preocupado com a situação volátil na República Centro-Africana.

Numa nota, Zeid referiu casos de discurso de ódio e incitamento à violência com base na religião, bem como recentes assassinatos e ataques na capital do país, Bangui.

Ataques

Zeid disse que esta violência “mostra quão volátil é a situação e a facilidade com que as pessoas podem ser transformadas em multidões enfurecidas prontas para atacar os seus vizinhos com base na sua religião."

A 1 de maio, no bairro PK5 de Bangui, morreram pelo menos 22 pessoas e outras 185 ficaram feridas depois de um grupo armado atacar uma igreja. O grupo procurava vingança depois de um dos seus líderes ter sido detido pelas autoridades.

O alto comissário da ONU diz que este caso desencadeou ataques de vingança pela comunidade cristã, que provocaram a morte de pelo menos três indivíduos muçulmanos.

Os ataques continuaram no fim de semana passado, com casas, hospitais, igrejas e mesquitas sendo atacados.

Incitamento

Zeid receia que "com discurso de ódio e incitação à violência tão prevalente na mídia e nas redes sociais, as erupções espontâneas de violência como a de 1 de maio se possam tornar mais difusas e difíceis de conter."

O alto comissário pediu ao governo do país e à comunidade internacional que seja extremamente vigilante e tome medidas sérias para conter a violência. Segundo ele, os cidadãos da República Centro-Africana “sabem muito bem o que pode acontecer se os sentimentos comunais forem alimentados pela violência.”

Zeid terminou dizendo que que esta recente onda de violência não deve prejudicar o processo de paz facilitado pela União Africana.

 

Apresentação: Alexandre Soares