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Fotojornalista egípcio recebe prémio de liberdade de imprensa da Unesco

Com o assassinato de Valdivia Rodríguez subiu para quatro o número oficial de jornalistas mortos no país em  2020.
ONU/Violaine Martin
Com o assassinato de Valdivia Rodríguez subiu para quatro o número oficial de jornalistas mortos no país em 2020.

Fotojornalista egípcio recebe prémio de liberdade de imprensa da Unesco

Direitos humanos

Vencedor está detido desde 2013 e enfrenta pena de morte no país africano; júri diz que escolha “presta tributo à coragem, resistência, e compromisso com a liberdade de expressão. ”

O fotojornalista egípcio Mahmoud Abu Zeid, conhecido como Shawkan, é o vencedor do Prémio Unesco/Guillermo Cano Liberdade de Imprensa 2018, anunciou esta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.

O nome foi escolhido por um grupo de profissionais de media independentes. A presidente do júri, Maria Ressa, disse que “a escolha de Mahmoud Abu Zeid presta tributo à sua coragem, resistência, e compromisso com a liberdade de expressão.”

Perfil

Shawkan, de 30 anos, foi detido em 14 de agosto de 2013, quando cobria uma manifestação na praça Rabaa Al-Adawiya, no Cairo. De acordo com agências de notícias, centenas de pessoas teriam perdido a vida nesses protestos.

No início do ano passado, o procurador responsável pela acusação  do jornalista pediu a pena de morte pelos seis crimes de que ele é acusado.

O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias afirmou que a prisão “é contrária aos direitos e liberdades garantidas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. ”

Entrega

O prémio será entregue a 2 de maio, no Gana, durante a celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Este ano, o tema da data é “Mantendo a Vigilância sobre o Poder: Media, Justiça e Lei”, em tradução livre para português.

O prémio da Unesco distingue “uma pessoa, organização ou instituição que fez uma contribuição notável para a defesa ou promoção da liberdade de imprensa, especialmente enfrentando perigos. ”

Vencedores

O nome é em homenagem a Guillermo Cano Isaza, um jornalista colombiano que foi assassinado em frente aos escritórios do seu jornal, El Espectador, em Bogotá, na Colômbia, a 17 de dezembro de 1986.

O prémio é atribuído desde 1997. No ano passado, foi atribuído a Dawit Isaak, um jornalista com cidadania sueca e eritreia, preso na Eritreia desde 2001, sem direito a julgamento. Os vencedores recebem US$ 25 mil.

 

Apresentação: Alexandre Soares