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Unicef alerta para aumento no número de crianças desnutridas na Venezuela BR

Venezuelanos esperam para comprar pão. Foto: Meridith Kohut/IRIN

Unicef alerta para aumento no número de crianças desnutridas na Venezuela

Para agência, existem sinais claros de que a crise econômica limita o acesso dos menores a serviços de saúde, a medicamentos e à comida; Unicef quer que plano de curto-prazo seja implementado rapidamente pelo governo.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 

Um número cada vez maior de crianças da Venezuela sofre com a desnutrição, uma das consequências da crise econômica que afeta o país. O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

A agência afirmou, nesta sexta-feira, que existem “sinais claros” de que a crise limita o acesso das crianças a serviços de saúde de qualidade, medicamentos e alimentos.

Plano

O Unicef destaca que dados precisos sobre o total de menores desnutridos não estão disponíveis, porque as informações sobre o assunto são muito limitadas. A agência pede que seja implementado rapidamente um plano de curto prazo para conter os casos de desnutrição e essa ação precisa ser coordenada entre governo e parceiros.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Nutrição da Venezuela são de 2009. Na época, 3,2% das crianças menores de cinco anos estavam abaixo do peso. Mas o Unicef menciona estudos mais recentes, não-oficiais, que mostram que a taxa aumentou.

Índices

O relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo, por exemplo, lançado o ano passado, sugere que a desnutrição na Venezuela chegou a 13% entre 2014 e 2016.

Já um estudo feito pela associação Cáritas em agosto mostrou que 15,5% das crianças estavam abaixo do peso em relação com a altura e que 20% estavam sob risco de desnutrição.

O Unicef reconhece que o governo venezuelano implementou medidas para diminuir o impacto da crise na nutrição das crianças, fornecendo, por exemplo, pacotes mensais de alimentos por preços baixos a famílias vulneráveis.

Mas a agência destaca ser preciso fazer mais para reverter “a preocupante queda no bem-estar nutricional das crianças”. O Unicef reitera que está pronto para reforçar seu apoio ao governo na tentativa de reduzir os impactos da crise nas crianças mais vulneráveis.

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