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Assassinatos de jornalistas: nove de cada 10 casos nunca chegam ao tribunal BR

Foto: ONU/Violaine Martin

Assassinatos de jornalistas: nove de cada 10 casos nunca chegam ao tribunal

Em mensagem para marcar o Dia Internacional para acabar com a impunidade a crimes contra jornalistas, secretário-geral da ONU diz que quando repórteres são atacados, a sociedade como um todo também paga o preço.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

A ONU marca neste 2 de novembro o Dia Internacional para acabar com a impunidade a crimes contra jornalistas.

Em mensagem, o secretário-geral da ONU lembrou que a impunidade desenfreada agrava os crimes. Segundo António Guterres, em nove de cada dez casos, os autores nunca são levados à justiça.

Arma apontada

Ele abriu a mensagem dizendo que somente nas últimas semanas, uma jornalista investigativa foi morta num atentado a bomba contra o carro dela, uma outra desmembrada enquanto produzia uma matéria e um fotojornalista assassinado após ser retirado à força de casa com uma arma apontada contra a sua cabeça.

De 2006 a 2016, 930 jornalistas e trabalhadores da imprensa foram mortos. Outros milhares são vítimas de assédio sexual, intimidação, detenção e maus-tratos.

O chefe da ONU afirmou que quando os jornalistas são atacados, as sociedades como um todo também pagam o preço. O tipo de notícias que se silenciam - corrupção, conflitos de interesse, tráfico ilegal - é exatamente o tipo de informação que o público precisa saber.

Garantia

A Assembleia Geral das Nações Unidas, o Conselho de Segurança e o Conselho dos Direitos Humanos condenaram todos os ataques a jornalistas e pediram a garantia da sua segurança.

O sistema das Nações Unidas também aprovou um Plano de Ação sobre Segurança dos Jornalistas e a questão da Impunidade.

Guterres encerrou a mensagem informando que está mobilizando uma rede de pontos focais em todo o Sistema da ONU para propor passos concretos para aumentar a segurança dos profissionais da imprensa e da mídia.

Em memória de profissionais que perderam a vida, Guterres pediu justiça e disse que uma imprensa livre contribui para o desenvolvimento e a paz.