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FAO e PMA juntam forças para multiplicar assistência a países africanos

José Graziano da Silva. Foto: ONU/Evan Schneider (arquivo)

FAO e PMA juntam forças para multiplicar assistência a países africanos

Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, falou à ONU News sobre parceria com o Programa Mundial de Alimentação, PMA, David Beasley.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Uma parceria recente entre duas agências da ONU de combate à fome está a complementar o reforço de assistência a países africanos nesta área.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e o Progama Mundial de Alimentação, PMA, estão a realizar viagens juntos ao continente.

Condição de vida

Em entrevista à ONU News, durante uma passagem por Nova Iorque, Graziano da Silva falou sobre as viagens com o chefe do PMA, David Beasley, e com esta aliança beneficia ambas as agências. Os dois chefes visitaram o Sudão do Sul e o Quénia como contou o diretor-geral da FAO.

“Nós todos sabemos que não basta dar o peixe, tem que ensinar a pescar. O que a FAO e a PMA estão fazendo juntos é isto: dar o peixe e ensinar a pescar. O PMA vem no primeiro momento com a ajuda alimentar, às vezes em espécie, às vezes uma ajuda em cash, que tem sido vital para acudir essas populações nas regiões mais difíceis. Mas nós vamos junto com o PMA para restabelecer a condição de vida dessa população.”

De acordo com José Graziano da Silva, uma das grandes preocupações da FAO e do PMA é com áreas isoladas ou que estão sob controlo de grupos terroristas como por exemplo, o nordeste da Nigéria, onde concentram-se as milícias do grupo Boko Haram.

Hospital de campanha

Graziano da Silva lembrou que quando um conflito eclode, as mulheres e as crianças são as primeiras vítimas.

“A grande maioria dos refugiados que nós encontramos e da população que é migrante forçada são mulheres e seus filhos. E é impressionante como a gente com pouca coisa consegue recuperar essas crianças. Nós visitamos agora no Sudão do Sul, numa área que está sob conflito, um hospital de campanha improvisado. E as crianças são recebidas ali. Elas entram carregadas, porque não conseguem andar, de tão fracas que estão, e em menos de um mês elas saem  caminhando desses hospitais improvisados que nós temos.”

José Graziano da Silva explicou que as crianças recebem diariamente meio litro de leite de cabra, com substâncias energéticas, e conseguem se recuperar em menos de uma semana.

Para o diretor-geral, a FAO e outras agências da ONU continuam a precisar de recursos rapidamente. Com o início da estação de chuvas a fome, a situação pode ficar ainda mais grave no próximo ano.