ONU: Brasil deve fazer mais para conter ataques a ativistas de direitos humanos
Em entrevista a jornalistas, neste 1º de maio, alto comissário Zeid Al Hussein também citou os protestos contra a corrupção no país e lembrou que a população tem que se beneficiar dos serviços do governo e do apoio dos governantes; ele citou a situação de direitos humanos em várias partes do mundo.
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
Neste primeiro de maio, o alto comissário de direitos humanos da ONU concedeu uma entrevista a correspondentes estrangeiros, em Genebra.
De acordo com Zeid Al Hussein, vários países africanos estão sofrendo com violações e abusos na área. Ele comentou também a situação de países como China, Estados Unidos, Rússia e Turquia, entre outros.
Impunidade
O alto comissário destacou ainda a violência e assassinatos a ativistas de direitos humanos no Brasil e o problema do que ele chamou de uma aparente impunidade para lidar com os casos.
Zeid afirmou que existe um aumento no número de ataques a defensores de direitos humanos no Brasil. Segundo ele, o governo tem que fazer mais para combater a impunidade, que aparenta ocorrer sobre crimes violentos contra os que defendem os direitos humanos.
Ele comentou ainda sobre a violência a ativistas do Movimento Sem Terra e os protestos contra a corrupção no país.
Mato Grosso e Pará
O chefe de direitos humanos lembrou que nove pessoas foram assassinadas em Mato Grosso, todas elas integravam o Movimento Sem Terra. Segundo ele, não existe nenhum dado oficial sobre as mortes, mas 61 pessoas teriam sido assassinadas no ano passado. Zeid Al Hussein afirmou que o estado do Pará é um dos mais violentos do país em relação a disputas de terras. Ele saudou a iniciativa do governo do Pará de estabelecer um programa de proteção para defensores de direitos humanos. Ele pediu às autoridades que avancem com a prática da iniciativa.
Serviços
Ao responder a pergunta de um jornalista sobre a corrupção no Brasil, o alto comissário da ONU declarou que a corrupção corrói as agendas de direitos humanos e lamentou que a população acabe sendo a mais prejudicada, enquanto deveria estar sendo beneficiada pelos serviços e apoio do governo.
Zeid alertou ainda sobre a renovação do estado de emergência na Turquia, o que segundo ele, é profundamente preocupante, incluindo o número de prisões.
Ao comentar a fome no Sudão do Sul e no Iêmen, ele afirmou que o problema resultou justamente das violações de direitos humanos.
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