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Países lusófonos tentam ajudar no diálogo político da Guiné-Bissau

Álvaro Mendonça e Moura. Foto: Rádio ONU

Países lusófonos tentam ajudar no diálogo político da Guiné-Bissau

Em entrevista à ONU News, embaixador de Portugal, Álvaro Mendonça e Moura, afirmou que participou de reunião com Brasil e outras nações de língua portuguesa sobre formas de apoiar solução política.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Portugal e outros países de língua portuguesa estão acompanhando de muito perto a situação na Guiné-Bissau para ajudar a promover vias de solução política para o país e “um entendimento entre os políticos locais”.

A declaração foi feita à ONU News pelo embaixador de Portugal, junto às Nações Unidas, Álvaro Mendonça e Moura.

Jovens guineenses

O embaixador lembrou que o Conselho de Segurança deve analisar a situação da Guiné-Bissau numa sessão no próximo dia 15, em Nova Iorque.

O impasse político na Guiné-Bissau começou em 2015 quando o presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu o governo do primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira. Desde então, vários governos tomaram posse sob a Presidência de Vaz, mas o impasse continua.

Mendonça e Moura diz que muitos querem ajudar, mas existem “limites” que têm de ser observados. O diplomata português disse que muitos países da região, como a Guiné-Conacri, tem feito grandes esforços à procura de um acordo.

Plano

“A questão, hoje em dia, depende muito dos políticos locais. Mas é preciso que os políticos locais tenham consciência que há limites, por um lado, para aquilo do que a comunidade internacional pode fazer, e há limites daquilo que está disposta a aceitar. A verdade é que o plano, que saiu da recente reunião em Conacri, não tem sido aplicado. É preciso o respeito por aquilo que foi discutido em Conacri.”

Álvaro Mendonça e Moura afirmou que Portugal continuará “firmemente empenhado” em apoiar o diálogo político na Guiné-Bissau e convencer os atores guineenses da importância de avançar com o consenso.

“Se querem um desenvolvimento, se querem a estabilização do país, se querem de facto um futuro para os jovens guineenses, é preciso deixarem de lado as suas ambições pessoais e chegarem a um entendimento. Isso tem acontecido em vários outros países. Não há razão nenhuma para que não aconteça também na Guiné-Bissau. Mas os responsáveis guineenses têm que tomar consciência da gravidade da situação.”

O embaixador Álvaro Mendonça e Moura falou à ONU News também sobre a realização de um encontro preparatório para a Conferência de Apoio à Implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14.  Portugal é o co-facilitator do encontro que deve receber centenas de representantes, especialistas e integrantes do setor privado para elaborar um chamado à ação sobre o tema.