ONU suspende entrega humanitária depois de ataque a comboio na Síria
Coordenador de emergência das Nações Unidas afirmou que ação ocorreu perto da cidade de Alepo e deixou vários mortos; carregamento iria ajudar a 78 mil pessoas na região; Stephen O’Brien pediu investigação imediata.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O porta-voz do Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, afirmou que a ONU suspendeu a entrega de ajuda na Síria por causa do ataque a um comboio das Nações Unidas e do Crescente Árabe Vermelho, perto da cidade de Alepo.
Falando a jornalistas, em Genebra, Jens Laerke disse que o comboio estava levando todo o tipo de assistência humanitária para aproximadamente 78 mil pessoas na região.
Crime de Guerra
Segundo ele, tanto as forças do governo como da oposição foram notificados sobre a operação e os caminhões estavam marcados como carregamento humanitário.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e coordenador de emergência, Stephen O’Brien, também condenou o ataque.
Ele afirmou que se “ficar concluído que o ataque foi deliberado contra os trabalhadores humanitários, o ato pode ser considerado crime de guerra”.
O’Brien pediu uma investigação imediata, imparcial e independente sobre a ação e disse que os autores devem ser responsabilizados por violações das leis internacionais humanitária e de direitos humanos.
Depósito e Clínica
Segundo relatos iniciais, o representante da ONU afirmou que várias pessoas morreram ou ficaram gravemente feridas na ação, incluindo voluntários. Além disso, foram atingidos também um depósito e uma clínica do Crescente Árabe Vermelho.
Ele deixou claro que “não há explicação, desculpa ou razão para atacar trabalhadores humanitários que tentam alcançar pessoas desesperadas por ajuda”.
O representante da ONU declarou que “apesar das condições difíceis e perigosas, as organizações de ajuda humanitária continuam comprometidas com o trabalho e a alcançar as pessoas que necessitam de qualquer tipo de assistência”.
O’Brien voltou a pedir acesso livre e incondicional a milhões de pessoas que precisam de ajuda, especialmente nas regiões sitiadas ou de difícil alcance na Síria.