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“África é solução para epidemia de Sida, lusófonos podem fazer mais”

O vice-diretor-executivo do Programa Conjunto sobre HIV/Sida, Onusida, Luiz Loures. Foto: Rádio ONU

“África é solução para epidemia de Sida, lusófonos podem fazer mais”

Declaração foi feita pelo vice-diretor-executivo do Onusida, Luiz Loures, durante reunião de Alto Nível sobre o fim da doença realizada na Assembleia Geral; maior parte das pessoas em tratamento está em África.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O vice-diretor-executivo do Programa Conjunto sobre HIV/Sida, Onusida, Luiz Loures, afirmou que “África é a solução para a epidemia de sida”.

Loures fez a declaração em entrevista à Rádio ONU, durante a reunião de Alto Nível sobre o Fim da Sida, realizada pela Assembleia Geral, em Nova Iorque.

Fim da Sida

“Na história da Aids/Sida, em um momento nós vimos África como onde estava o problema, onde estava o desafio central. Cada vez mais, eu vejo hoje que África é o continente que tem a solução para a epidemia. É o continente que vai nos levar ao fim da Aids/Sida”.

Segundo o representante da Onusida, a maior parte das pessoas em tratamento para o HIV está em África. A África do Sul, por exemplo, é o país que mais trata de pacientes no mundo: são 3,4 milhões de pessoas e pode chegar a 7 milhões num futuro bem próximo.

O vice-diretor-executivo afirmou que “em consequência, a África hoje tem mais experiência e conhecimento do que qualquer outro continente” para combater a sida. Luiz Loures falou também sobre a situação nos países lusófonos em África.

“Podem Fazer Mais”

“Os países de língua portuguesa, eu diria que eles podem fazer mais. Países como a África do Sul e mesmo o Quénia, vêm avançando de uma forma mais acelerada na resposta à Aids/Sida. Sem dúvida, os países de língua portuguesa podem fazer mais, têm todas as condições. Existem boas iniciativas, existem boas práticas, existe muita esperança. Pode-se fazer mais do ponto de vista da decisão política e do ponto de vista da implementação de serviços, uma vez mais que atendam, principalmente, aos grupos mais vulneráveis dentro desses países.”

Segundo o Onusida, os esforços globais no combate ao HIV conseguiram reduzir em 60% as novas infecções entre crianças, que passaram de 270 mil em 2009 para 110 mil, em 2015.

Além disso, em 2005, uma em cada 10 crianças tinha acesso ao tratamento antirretroviral. No ano passado, essa lacuna foi reduzida para uma em cada duas crianças a receber o medicamento.

As mortes causadas por doenças relacionadas à sida entre as crianças sofreram uma queda de 44% durante o mesmo período.

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