Perspectiva Global Reportagens Humanas

Situação dos refugiados na fronteira da Grécia continua tensa BR

Segundo o Acnur, a fronteira está fechada há 10 dias e não há indicações de quando será reaberta. Foto: Acnur/Imre Szabó

Situação dos refugiados na fronteira da Grécia continua tensa

Representante da ONU descreve que desespero predomina no acampamento de Idomeni, próximo à Macedônia; 9 mil refugiados estão no local, sendo 40% crianças; OIM denuncia tráfico humano e exploração na rota do Mediterrâneo.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A situação na fronteira da Grécia com a Macedônia continua tensa. Segundo funcionários da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, o desespero está predominando no acampamento de Idomeni.

Cerca de 9 mil refugiados estão abrigados no local, sendo 40% crianças. Famílias estão dormindo em tendas que são ideais apenas para viagens de acampamento de curta duração.

Chuva

Chuvas fortes caíram nos últimos dias e as tendas ficaram encharcadas, molhando os refugados. As pessoas estão exaustas de tanto aguardar uma posição sobre sua situação, já que a maioria espera poder seguir para outros países da Europa.

Segundo o Acnur, a fronteira está fechada há 10 dias e não há indicações de quando será reaberta. O Acnur ajuda os refugiados a preencher os documentos de pedido de asilo e colabora com as autoridades gregas.

Exploração

Nesta sexta-feira, a Organização Internacional para Migrações, OIM, divulgou os resultados de uma pesquisa sobre tráfico humano, feita com refugiados que fizeram a rota leste do Mediterrâneo.

Quase 9% dos participantes foram vítimas: uns foram explorados em empregos sem nunca terem sido pagos, outros enfrentaram o cativeiro forçado e alguns foram obrigados a fornecer sangue e plasma para a venda.

Casamento Arranjado

A pesquisa foi feita em anonimato e foi a primeira a tentar perceber a dimensão do tráfico humano na rota leste do Mediterrâneo. Cerca de 7% dos refugiados que participaram foram explorados de alguma maneira e 1% foi abordado por alguém que oferecia a chance de um casamento arranjado.

Afegãos, sírios, iraquianos e paquistaneses são os mais afetados pelas práticas, sendo a maioria homens entre 20 e 30 anos de idade. Por ano, a OIM ajuda 7 mil vítimas de tráfico humano.