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Ban quer mais polícias do sexo feminino para o fim da violência contra mulher

Ban defendeu que a presença de mulheres nas forças policiais podem deixar as comunidades mais tranquilas e servir como modelos de inspiração para as que vivem localmente. Foto: ONU/Hadrien Bonnaud

Ban quer mais polícias do sexo feminino para o fim da violência contra mulher

Secretário-geral destaca desempenho do grupo no combate aos abusos; discurso em Argel ressalta objetivo de ter um planeta 50/50; visita incluiu contacto com vítimas de explosão de carros armadilhados que em 2007 atingiu edifício da ONU.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O secretário-geral das Nações Unidas apelou a uma maior contribuição dos Estados-membros com mais polícias do sexo feminino, para que sirvam em operações da organização.

Na capital argelina Argel, Ban Ki-moon disse esta segunda-feira que a polícia desempenha um papel essencial na luta contra os abusos.

Capital Ruandesa

O chefe da ONU falava na 5ª Assembleia Geral sobre a Declaração da Conferência Internacional de Kigali de 2010. O documento foi adotado há mais de cinco anos na capital ruandesa para servir de base para a ação conjunta para acabar com a violência contra mulheres e meninas em várias regiões.

Ban disse que a polícia atua com a área judiciária e apura alegações, identifica supostos responsáveis, promove a responsabilidade, além de garantir acesso a soluções para vítimas, que são "condições importantes para a prevenção eficaz".

O secretário-geral declarou ainda que onde a polícia é treinada e encarregue de detetar sinais de violência doméstica, as mortes devido ao problema diminuíram.

Comunidades Tranquilas

Quanto ao papel feminino nas forças policiais, Ban defendeu que as mulheres podem deixar as comunidades mais tranquilas e servir como modelos de inspiração para as que vivem localmente.

Ban explicou a importância do envio de mais polícias do sexo feminino num mundo onde se observa o "problema deplorável de indivíduos ligados à aplicação da lei que possam estar envolvidos na violência contra as mulheres e meninas".

O secretário-geral reafirmou o compromisso firme das Nações Unidas com uma política de tolerância zero na exploração e abuso sexual, um assunto para o qual disse que tem demonstrado firme determinação.

Medidas Corretivas

Ban disse que ações das mulheres na polícia cobrem o espetro completo da prevenção, da fiscalização e das medidas corretivas que implicam apurar todas as alegações credíveis para garantir que não haja complacência nem impunidade.

O chefe da ONU destacou o objetivo de ter um planeta 50/50, o que quer igualmente partilhado entre os géneros, onde as mulheres e meninas vivam livres de violência e da discriminação.

O discurso foi proferido na visita de Ban à Argélia, onde se encontrou com crianças numa escola primária e vítimas de um duplo ataque bombista ocorrido em 2007.

No incidente, um edifício da ONU foi atingido na explosão simultânea de carros armadilhados cuja autoria foi reivindicada pela Al Qaeda.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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