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PMA quer merenda escolar para conter insegurança alimentar em Moçambique

PMA defende que alimentação escolar pode ajudar para aumentar ingresso das raparigas na escola. Foto: PMA/Donaig Le Du.

PMA quer merenda escolar para conter insegurança alimentar em Moçambique

Agência da ONU destaca necessidades em áreas da província central de Tete onde a situação é acentuada e afeta educação; distritos de cinco províncias acolhem iniciativa do governo que atua há dois anos .

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo. 

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, defende o avanço do projeto de merenda escolar para mais distritos de Moçambique. Atualmente, a iniciativa chega a áreas das províncias de Gaza, Manica, Tete, Sofala e Inhambane.

A agência defende vários benefícios que incluem o apoio dado a áreas como segurança alimentar, nutrição, educação e saúde. Foi em 2013, que o governo moçambicano aprovou o Programa Nacional de Alimentação Escolar, Pronae.

Necessidades

Tete é prioritária nos planos de expansão da iniciativa pelo índice elevado de insegurança alimentar aliado às necessidades na área de educação.

As declarações foram feitas pela  diretora adjunta da agência, Ute Meir, em conversa com a Rádio ONU em Maputo.

“Tem um papel muito importante na área de proteção social, sobretudo para os agregados familiares mais vulneráveis, particularmente em período de crise. O programa também pode-se ligar com a questão de produção local, comprando comida destes pequenos agricultores para fornecer às escolas e, desta maneira, o beneficiar a produção e a economia local”

Numa primeira fase o Programa de Alimentação Escolar abrange as escolas primárias moçambicanas. O desafio é a expansão, segundo explicou a responsável da agência.

Desafios

“Uma das prioridades para o futuro deste programa é expandir a cobertura do programa para incluir mais escolas, mais crianças. É importante saber também que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, tem definido 23 distritos prioritários. Porque prioritários? Porque têm o índice elevado em termos de insegurança alimentar crónica e também necessidades em termos de educação.”

A representante afirma que alimentação escolar serve de estímulo para o aumento de alunos nas escolas.

Alunos Matriculados

“A alimentação escolar pode ajudar para aumentar o ingresso das raparigas na escola, mas também a sua permanência, para que não desistam. Neste momento temos uma cesta definida, que consiste em alguns alimentos básicos que são: farinha de milho, óleo e feijão. Damos também legumes frescos, que são comprados localmente, para ter variedade e aumentar o valor nutricional da comida.”

A iniciativa vinculada ao Ministério da Educação consiste na suplementação das necessidades nutricionais dos alunos matriculados. Os beneficiários têm acesso a uma refeição por dia complementada com a educação alimentar e nutricional.