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Etiópia: ONU pede apoio para mitigar efeitos da pior seca em 30 anos

Zahara Ali, de nove anos, cozinha café da manhã em aldeia rural em Dubti Woreda, região de Afar, na Etiópia. Foto: Unicef/ Ethiopia/Tanya Bindra.

Etiópia: ONU pede apoio para mitigar efeitos da pior seca em 30 anos

Apelo foi feito pelos chefes do Ocha, Acnur, PMA e Unicef; pedido é por financiamento internacional maciço e imediato para evitar “segunda tragédia” no período de 3 décadas, em referência à seca que matou centenas de milhares de pessoas de 1983 a 1985.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas aumentaram suas ações para mitigar os efeitos da pior seca a atingir a Etiópia em 30 anos.

Chefes de quatro órgãos humanitários da ONU fizeram um apelo para financiamento internacional maciço e imediato para evitar alto risco de morte e sofrimento em grande escala.

Recursos Adicionais

O artigo, no Huffington Post, foi assinado pelo subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, pelo alto comissário para Refugiados, António Guterres, pela diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentação, PMA, Ertharin Cousin, e pelo chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Anthony Lake.

Os representantes destacaram que, até o momento, doadores forneceram US$ 200 milhões adicionais em ajuda, mas indicações preliminares sugerem que o valor necessário para salvar vidas chegue a US$ 1 mil milhão”.

Eles afirmaram que a Etiópia precisa do dinheiro imediatamente para evitar uma “segunda tragédia no período de 3 décadas”, em referência à seca que matou centenas de milhares de pessoas de 1983 a 1985.

Ação Decisiva

Para O’Brien, Guterres, Cousin e Lake, “com a liderança do governo e o apoio da comunidade internacional, os etíopes podem sobreviver a esta crise sem testemunharem uma repetição da fome devastadora que causou a morte de centenas de milhares há 30 anos”.

Até o início do ano que vem, projeções indicam que 400 mil crianças podem sofrer de desnutrição aguda severa, condição potencialmente fatal que exige tratamento imediato.

Os representantes afirmaram que o “governo acendeu o alarme e agências internacionais de ajuda tentaram mobilizar fundos e ação”. No entanto, com múltiplas crises ao redor do mundo e números recordes de pessoas deslocadas por conflitos, “elas têm tido sucesso limitado”.

Eles notaram que há muitos pedidos de doações e pelos padrões globais, “a Etiópia não parece urgente”.

Tarde Demais

Os representantes disseram que “no momento em que parecer urgente, será tarde demais”. Eles afirmaram que não se pode repetir o erro de 30 anos atrás, quando “o mundo ignorou o desdobramento da crise por muito tempo e só prestou atenção quando a situação estava além do controlo”.

Segundo os chefes do Ocha, do Acnur, do PMA e do Unicef, “há toda a chance de sucesso”.

Eles afirmaram que se investimento for feito agora é possível “proteger três décadas de desenvolvimento e milhões de dólares de assistência que ajudaram a Etiópia a se tornar uma das economias mais bem sucedidas do continente africano”.

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