Novo ciclone deve atingir o Iémen no domingo
Agências humanitárias da ONU estão a monitorar de perto a situação; aviões com toneladas de comida e outros itens chegaram ao país, para aliviar a situação dos desalojados pelo ciclone Chapala.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Iémen ainda se está a recuperar dos estragos do ciclone Chapala, que atingiu o país em meados da semana. Mas segundo as Nações Unidas, um outro ciclone, chamado Megh, deve atingir o Iémen neste domingo.
A tempestade está a ser monitorada de perto pelas agências humanitárias da ONU, que já estão a responder aos impactos causados pelo ciclone Chapala, que atingiu o país em meados desta semana.
Danos
O Chapala fez oito mortos, a incluir duas crianças, e mais de 30 pessoas ficaram feridas nas áreas afetadas. Segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, a tempestade causou cheias e danificou propriedades e plantações no sudeste do Iémen.
A ilha de Socotra e as províncias de Shabwah e Hadramaut foram as regiões mais afectadas. Na ilha, 18 mil pessoas precisaram de ser retiradas das suas casas e estão abrigadas com outras famílias ou em prédios públicos.
Comida
O Ocha fala em quase 240 casas destruídas em Socotra. Sete aviões de Oman e dois dos Emirados Árabes Unidos aterraram na ilha, com 75 toneladas de comida e de outros itens de ajuda.
Imagens de satélite da zona costeira do Iémen mostram 35 km de rodovias afetadas por deslizamentos de terra, entulho e água, isso na província de Hadramaut.
Camiões a carregar itens de ajuda têm dificuldades para acessar a região pelas rodovias e vias alternativas estão a ser acessadas. O Ocha lembra que a resposta ao ciclone Chapala é prejudicada pela falta de segurança, em especial devido à presença da Al Qaeda e ao conflito que o Iémen atravessa desde março.
Refugiados
As organizações humanitárias coordenam a entrega de água, itens para a casa e para abrigo, que devem ser entregues pelas vias marítimas, aéreas e terrestres. São 900 funcionários da ONU no país a coordenar a resposta.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, quase 2 mil famílias ficaram desalojadas pelo ciclone Chapala. Nas províncias mais afetadas, 76% da população já precisava de assistência humanitária.
O Acnur está em contacto com equipas da Somalilândia e de Puntlândia, para evitar que refugiados e migrantes entrem em barcos em direção ao Iémen. A preocupação é com a perigosa condição do mar, um outro resultado do ciclone.
A agência também está a preparar medidas de resposta em antecipação ao novo ciclone que deve passar pelo Iémen neste domingo. O país já tem mais de 21 milhões de pessoas em necessidade de assistência humanitária.
A maioria precisa de comida, água potável e cuidados de saúde. Desde março, 2,3 milhões de civis ficaram desalojados devido ao conflito.
*Apresentação: Denise Costa.
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