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Inflação em Moçambique pode triplicar nos próximos meses, segundo FMI

Sede do FMI em Washington. Foto: FMI.

Inflação em Moçambique pode triplicar nos próximos meses, segundo FMI

Depreciação da moeda e necessidade de ajustes de preços apontados como causas do aumento dos preços; nova avaliação prevê crescimento económico de 6,3% em 2015; equipa do órgão visitou o país até esta semana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, informou que a inflação em Moçambique deve chegar a 6% durante os próximos meses.

As causas do aumento dos preços são a recente depreciação da moeda local, o metical, e os ajustes necessários nos custos. Atualmente, o índice está abaixo dos 2%, segundo uma missão do órgão que trabalhou até esta semana no país.

Novos Desafios

A equipa que discutiu o Instrumento de Apoio a Políticas no país disse que a atividade económica moçambicana manteve-se sólida em 2015. Mas apontou o aparecimento de novos desafios que exigem uma "ação política decisiva".

Após reuniões com altos representantes do governo e de instituições financeiras, o FMI reavaliou o crescimento económico para 6,3% este ano. A expansão deve acelerar para 6,5% em 2016.  Um relatório regional do órgão, lançado esta semana, previa um crescimento de 7%  em 2015 e 8,2% no próximo ano.

Indústrias Extrativas

Entretanto, o FMI defende que o avanço poderá atingir uma média de 8% entre 2017 e 2020 devido às perspetivas positivas de elevados investimentos nas indústrias extrativas, particularmente no gás natural liquefeito.

De acordo com o órgão, os desafios a curto prazo tornaram-se mais complexos. Entre as principais razões estão o choque externo associado à queda nos preços das matérias-primas.

Outros fatores incluem o baixo crescimento dos parceiros comerciais, os atrasos no investimento ligado a grandes projetos de recursos naturais e políticas excessivamente expansionistas em 2014, especialmente de natureza fiscal.

Importações

Moçambique manteve um crescimento anual de importações de 17%, a contrastar com uma estagnação nas exportações.

O relatório constata a diminuição substancial da entrada de capitais em comparação com os últimos 12 meses. O fator tem criado pressões no mercado cambial, uma grande queda nas reservas internacionais e a depreciação do metical.

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