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Galeria de Fotos: 70 anos da ONU

Comemoração dos 70 Anos das Nações Unidas. Foto: ONU/Cia Pak

Galeria de Fotos: 70 anos da ONU

Organização completa sete décadas em 24 de outubro; página especial da Rádio ONU traz fotos e entrevistas sobre a história das Nações Unidas.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas completam 70 anos em 24 de outubro e os países de língua portuguesa participam da história da organização desde o seu início.

O Brasil, por exemplo, é um dos membros fundadores da ONU. O brasileiro Oswaldo Aranha foi presidente da Assembleia Geral em 1947 e chegou discursar em português no Conselho de Segurança, como disse à Rádio ONU o chefe da Divisão das Nações Unidas do Itamaraty, ministro Eugênio Garcia.

Lusofonia

Segundo Gracia, “Oswaldo Aranha teve um papel muito importante nos primeiros anos das Nações Unidas porque não só foi presidente da Assembleia Geral, da segunda, em 1947, mas o Brasil na época era membro do Conselho de Segurança, ele chegou a presidir o Conselho de Segurança em determinado momento. É interessante que ele fez questão, no órgão, de falar em português em dado momento porque ele queria que o idioma fosse ouvido das Nações Unidas. Como não era um dos idiomas oficiais ele, em consideração, a todo o mundo da lusofonia, ele fez questão de fazer esse gesto.”

Oscar Niemeyer fez parte do grupo de arquitetos que planejou a sede das Nações Unidas, na década de 40.

O pintor Candido Portinari também teve papel de destaque. É dele a autoria dos paineis “Guerra e Paz”, presente dado às Nações Unidas pelo governo brasileiro em 1957.

Portugal

Outro lusófono a presidir a Assembleia Geral foi Diogo Freitas do Amaral, que liderou o órgão entre 1995 e 1996.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal falou à Rádio ONU sobre a honra em ser eleito presidente da Assembleia Geral, contou detalhes das sessões que presidiu e destacou: "Grandes problemas mundiais que se foram resolvendo, como o desarmamento, como o fim dos impérios coloniais europeus, como o fim do apartheid, etc, todos esses problemas foram resolvidos por aplicação das resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas."

África

A história das Nações Unidas também esteve sempre muito ligada à África. O papel da organização tem sido importante para ajudar nações do continente a saírem de conflitos e a promoverem seu desenvolvimento econômico e social.

Em entrevista à Rádio ONU, o secretário-executivo da Comissão Econômica da ONU para África, ECA, mencionou o antigo secretário-geral Kofi Annan. Para Carlos Lopes, Annan teve papel fundamental em reforçar o sistema de manutenção da paz das Nações Unidas em países em conflito.

Num continente com mais de 50 países, as nações africanas de língua portuguesa também têm sua história ligada à ONU. O chefe da ECA, nascido na Guiné-Bissau, afirma que os países lusófonos sempre mantiveram o debate sobre a descolonização muito presente dentro das Nações Unidas.

Neste sentido, Carlos Lopes destaca iniciativas de Angola e Moçambique.

Segundo ele, "Houve muitos contributos dos países lusófonos para manutenções de paz da ONU. Houve muita presença também da área humanitária durante bastante tempo: Moçambique sofreu muito por causa do Zimbábue. E países como Angola também acabaram por ter um papel muito importante na consolidação da paz nos dois Congos. Há um retorno também feito por esses países, que ajudaram a consolidar a paz em outros."

Timor-Leste

A ONU também teve papel importante no processo de independência do Timor-Leste, como disse à Rádio ONU, o primeiro-ministro do país, Rui Maria de Araújo. Ele esteve presente na sede da organização para o debate geral da 70ª Assembleia Geral da ONU.

O primeiro-ministro disse que "As Nações Unidas tiveram um papel importantíssimo na gênese do Estado timorense. Foi aqui, desde 1975, os líderes históricos da nossa luta de libertação, como por exemplo, o doutor Ramos Horta esteve a batalhar pela internacionalização do caso do Timor-Leste e também pelo direito da autodeterminação. Obviamente apoiado por vários países membros da ONU inclusive, com destaque, os países irmãos da Cplp que deram muito apoio naquela altura."

O brasileiro Sérgio Vieira de Mello foi administrador de transição das Nações Unidas no Iraque entre 1999 e 2002.

O diplomata morreu em 19 de agosto de 2003, durante um atentado a bomba ao prédio da ONU em Bagdá, no Iraque, quando era representante especial do secretário-geral no país.

Foram 22 funcionários da ONU mortos no ataque. Em homenagem às vítimas, a ONU celebra todos os anos o Dia Mundial da Ação Humanitária.

Confira a página especial da Rádio ONU sobre os 70 anos da ONU.