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Acnur: Tanzânia abre novos campos para refugiados do Burundi

Acnur: Tanzânia abre novos campos para refugiados do Burundi

Agência recebeu permissão do governo para usar três antigos campos de refugiados para ajudar a aliviar o campo de Nyarugusu; local acomoda no momento mais de 160 mil refugiados burundeses e congoleses; negociações incluíram reunião entre o alto comissário e presidente da Tanzânia.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, começou esta quarta-feira a transferência de 50 mil deslocados do Burundi para dois campos no nordeste da Tanzânia.

O governo reabriu os dois locais para aliviar o sofrimento de dezenas de milhares de pessoas no campo de Nyarugusu.

Negociações

Após longas negociações, incluindo uma reunião entre o alto comissário, António Guterres, e o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, o Acnur recebeu permissão do governo para usar três antigos campos de refugiados, Nduta, Mtendeli e Karago, para ajudar a aliviar a situação em Nyarugusu.

Este acomoda no momento mais de 160 mil refugiados burundeses e congoleses e é um dos maiores e mais superpopulados campos de refugiados do mundo.

Plano de Transição

Sob o plano de transição do Acnur preparado com seus parceiros da ONU e de ONGs, cerca de 50 mil deslocados do Burundi serão movimentados este ano de Nyarugusu para os campos de Nduta e Mtendeli.

Apesar de desafios atuais para preparar o terceiro local, Karago, principalmente por causa da falta d’água, a previsão é que este campo seja aberto no próximo ano.

Enquanto isso, a agência afirma que “trabalho urgente” é necessário em Nyarugusu. Fortes ventos causaram danos em vários abrigos, exacerbando as condições de vida já difíceis.

Refugiados também precisam ser movimentados para locais mais altos, em áreas propensas a enchentes.

O Acnur afirmou ainda que a recente escalada de chegadas do Burundi a Tanzânia levou o campo de Nyarugusu a crescer “exponencialmente”, adicionando mais de 100 mil refugiados burundeses à população existente do local, de cerca de 60 mil refugiados da República Democrática do Congo.

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