Unctad quer criação de nova mentalidade para políticas financeiras
Relatório da agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento diz que mercados financeiros voláteis criam problemas em países em desenvolvimento; documento afirma que países ricos devem aumentar demanda para evitar desaceleração global.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, pediu esta terça-feira a criação de uma nova mentalidade para as políticas financeiras.
O relatório Comércio e Desenvolvimento 2015 explica que para a maioria das economias em desenvolvimento, a integração aos mercados financeiros globais tem, até agora, atingido uma fraca conexão com seus objetivos de desenvolvimento a longo prazo.
Mercados Voláteis
O documento cita que mercados financeiros voláteis criam problemas para as nações em desenvolvimento e com isso, a “eficácia” dos mecanismos para controlar o crescimento e o desenvolvimento ficam limitados.
A Unctad diz que desde o ano 2000, o fluxo de capital privado em economias em transição e em desenvolvimento aumentou de forma significativa. A entrada de dinheiro bateu recorde em 2010 quanto atingiu 6,6% do Produto Interno Bruto desses países.
O relatório afirma que neste ano, os mercados financeiros globais se assustaram com as recessões no Brasil, na Rússia e na África do Sul e com os sinais de enfraquecimento econômico da China.
Taxa de Juro
Os investidores já estão antecipando uma alta na taxa de juro nos Estados Unidos e uma contínua queda no preço das commodities.
A Unctad alerta que os países ricos precisam aumentar a demanda para evitar uma desaceleração da economia global.
É necessário também aumentar os salários para “reativar” as economias e colocá-las no caminho de um crescimento estável.
O relatório prevê que o crescimento econômico mundial em 2015 deve ficar no mesmo nível do ano passado em 2,5%.
Mundo Globalizado
A Unctad afirma que para controlar as finanças num mundo globalizado são necessários: uma regulação financeira mais forte e um sistema monetário internacional diversificado.
O documento diz ainda que a economia global precisa de um mecanismo justo e eficaz para controlar a dívida soberana.
A implementação desse sistema é fundamental para mitigar os danos causados por choques financeiros, restaurar a sustentabilidade da dívida e reduzir a ameaça de contágio.
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