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Surto de dengue no Iémen gera apelo por corredor humanitário

Spray deve ser passado para evitar dengue. Foto: WHO/Iémen

Surto de dengue no Iémen gera apelo por corredor humanitário

 Civis na cidade de Taiz estão no meio do fogo cruzado e serviços de água e saneamento entraram em colapso; Organização Mundial da Saúde fala em mais de 400 casos suspeitos de dengue.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Nos últimos cinco dias, os civis que vivem na cidade de Taiz, no Iémen, estão no meio do fogo cruzado, sujeitos à violência e outras violações dos direitos humanos, segundo as Nações Unidas.
Os serviços de saúde, de água e de saneamento da província entraram em colapso. São 300 mil pessoas sem receber água limpa, desde que a companhia local interrompeu os serviços no dia 18.
Corredor 
O lixo também está a acumular pelas ruas, uma vez que não está a ser coletado. A falta de saneamento está a contribuir para o aumento dos casos de dengue, especialmente nas últimas duas semanas.
Nesta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu que seja criado, com urgência, um corredor humanitário para a passagem de ajuda na cidade de Taiz.
Aumento dos Casos
A OMS está empenhada em garantir a segurança da população da província em meio ao surto de dengue. Jogar spray nas ruas para controlo do mosquito e educar as comunidades sobre  hábitos de saúde estão entre as medidas da agência no Iémen.
No início do mês de Agosto, tinham sido registados 145 casos de dengue, mas houve um aumento extremo e agora, são mais de 420 pessoas com suspeita de dengue.
 
Violência 
A doença é causada após a picada de um mosquito e causa sintomas parecidos com o da gripe, mas pode ser fatal caso não haja tratamento adequado.
Taiz tem uma população de 3,2 milhões de pessoas e está localizada ao sul do país, sendo a província mais povoada. Mas já não é mais possível entrar em três dos principais hospitais locais, devido à onda de violência.
Desde março, quando os conflitos começaram, mais de 800 pessoas morreram em Taiz e 6 mil feridos foram registados. A OMS teme uma piora da situação, uma vez que a insegurança e o deslocamento de pessoas continuam pelo país.
A agência da ONU pede a todos os lados em conflito para respeitarem um cessar-fogo e permitirem que medicamentos e material para o controlo da dengue sejam entregues nos hospitais e nos centros de saúde.
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