Conselho de Segurança quer que líderes retomem diálogo na Guiné-Bissau
Comunicado fala de "tensão permanente" entre o presidente e o primeiro-ministro; órgão elogiou postura pacífica da população perante a situação.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Os 15 países-membros do Conselho de Segurança apelaram a toda liderança política da Guiné-Bissau para que retome o diálogo com vista ao trabalho em conjunto.
Num comunicado emitido esta quarta-feira, o grupo destaca a "tensão permanente" entre o presidente e o primeiro-ministro guineenses. O tema dominou uma sessão do órgão, onde foi apresentado um informe do secretário-geral adjunto para os Assuntos Políticos Tayé-Brook Zerihoun.
Ordem Constitucional
Após tomar conhecimento da situação, o Conselho declarou que esta "ameaça minar os progressos alcançados desde a restauração da ordem constitucional" na sequência das eleições de 2014.
Os membros do órgão frisaram que o povo guineense merece instituições estáveis, inclusivas e cooperativas que atuam no melhor interesse de todos os cidadãos do país.
O comunicado ressalta que é importante que os políticos tenham um diálogo permanente e construtivo, dentro dos parâmetros constitucionais.
Governo Civil
O documento chama a atenção para a resolução 2203, para sublinhar a importância da reconciliação nacional, da boa governação e do diálogo inclusivo além de um acompanhamento contínuo do governo civil.
O conjunto de medidas é considerado essencial para a conquista de uma paz duradoura na Guiné-Bissau.
Para os Estados-membros, a consolidação da paz e da estabilidade só pode resultar de um processo consensual, inclusivo, a nível nacional e o respeito à ordem constitucional que priorize o povo.
Ordem Constitucional
O órgão saúda os esforços regionais e internacionais para incentivar o diálogo e cita o envolvimento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, da União Africana, da União Europeia e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.
O Conselho recordou a promessa de dar apoio às autoridades da Guiné-Bissau, e observou que os compromissos da Conferência de Doadores de Bruxelas carecem de ambiente político estável para serem realizados de forma eficaz.
Os membros do órgão da ONU elogiaram a "forma pacífica como a situação política é seguida pela população" da Guiné-Bissau incluindo a sociedade civil, os militares.
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