Síria: Conselho de Segurança aprova resolução para investigar armas químicas
Documento foi adotado de forma unânime; objetivo é criar um mecanismo para que sejam identificados os responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança aprovou, nesta sexta-feira, uma resolução para identificar os responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria.
A representante da Nigéria e presidente do órgão no mês de agosto, Uche Joy Ogwu, informou que o texto foi adotado por unanimidade como Resolução 2235.
Identificação
Pelo documento, o órgão pede ao secretário-geral da ONU, em coordenação com o diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas, que envie recomendações sobre a criação e operação de um mecanismo de investigação conjunto.
O objetivo é identificar indivíduos, instituições, grupos ou governos que tenham sido responsáveis, organizadores, patrocinadores ou de outra forma envolvidos no uso de armas químicas, incluindo cloro, na Síria.
A resolução reitera que o Conselho de Segurança condena de forma veemente o uso de qualquer arma química na Síria e que os envolvidos em sua utilização devem ser responsabilizados.
Secretário-Geral
Em nota, o secretário-geral saudou a adoção da resolução afirmando que “contínuas alegações sobre o uso de produtos químicos tóxicos como armas na Síria levaram a crescentes preocupações da comunidade internacional”.
Ban declarou estar “contente porque o Conselho de Segurança decidiu agir e tomar a medida necessária”.
Para o chefe da ONU, a adoção será não apenas para interromper o uso de armas químicas por qualquer parte do conflito, mas “também para mandar uma forte mensagem coletiva” de que seu uso “não será tolerado”.
Segundo o comunicado emitido por seu porta-voz, Ban está pronto para apoiar plenamente e implementar o mandato previsto pela resolução e pretende fornecer suas recomendações no momento devido.
Desafio
Para o chefe da ONU, esta será uma “missão extremamente desafiadora”. Segundo a nota, a perigosa situação de segurança dentro do país vai certamente ter impacto nas atividades da missão e ressalta que será “essencial” a cooperação de todos os lados, incluindo do governo da Síria.
Para o secretário-geral, o processo vai, novamente, exigir “o envolvimento ativo da comunidade internacional”.
Falando ao órgão na semana passada, o secretário-geral informou que cerca de 250 mil pessoas já morreram na Síria em mais de quatro anos de conflito.
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