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Desde 2008 uma pessoa por segundo ficou desalojada por um desastre BR

Quase uma pessoa a cada segundo ficou deslocada após enchentes, tempestades ou terremotos. Foto: ONU/Marco Dormino

Desde 2008 uma pessoa por segundo ficou desalojada por um desastre

Cálculo é um dos destaques do relatório produzido pelo Conselho Norueguês de Refugiados; no ano passado, mais de 19 milhões de pessoas deixaram suas casas após enchentes, tempestades ou terremotos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho Norueguês de Refugiados, entidade parceira das Nações Unidas, divulgou esta segunda-feira um relatório com estimativas globais de pessoas desalojadas por desastres naturais.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, ajudou o Conselho na coleta de dados para o relatório. Nos últimos sete anos, quase uma pessoa a cada segundo ficou deslocada após enchentes, tempestades ou terremotos.

Ásia

O estudo fala numa média de 26,4 milhões de desalojados por desastres naturais por ano, entre 2008 e 2014. Nesse período, China, Índia e Filipinas foram os países que tiveram os maiores níveis de deslocamento.

No ano passado, a Europa viu o número de desalojados dobrar, cerca de 190 mil pessoas, a maioria por enchentes ocorridas nos Bálcãs.

Por outro lado, na África, o total de deslocados devido a desastres naturais em 2014 foi três vezes menor do que a média dos últimos sete anos.

Cheias

O relatório revela que no ano passado, 17,5 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas após desastres naturais relacionados ao clima, como enchentes e fortes tempestades.

Já desastres geográficos, como terremotos, deixaram 1,7 milhão de pessoas sem casa. Com o aumento dos deslocamentos por desastres naturais, o Conselho Norueguês de Refugiados  acredita que agora é o momento ideal para os líderes mundiais darem prioridade ao assunto.

Políticas Públicas

A entidade lembra que em breve, será adotada a nova agenda global de desenvolvimento sustentável, que terá entre as metas medidas para evitar riscos de desastres naturais.

O secretário-geral do Conselho declarou que “as milhões de vidas afetadas por desastres naturais são, na maioria das vezes, não apenas consequência da força da Mãe Natureza, mas sim de políticas públicas ruins”.

Jan Egeland destacou que as “consequências catastróficas” de uma enchente, por exemplo, “ocorrem quando as pessoas não estão protegidas ou preparadas” para eventos do tipo.

Longo Prazo

Segundo o relatório, a chance de uma pessoa abandonar sua casa após um desastre natural é 60% maior do que há quatro décadas e em muitos casos, o desalojamento pode durar anos ou décadas.

Pessoas de países pobres ou ricos podem ser afetadas. Nos Estados Unidos, 56 mil pessoas ainda precisam de assistência de habitação após o furacão Sandy ter atingido a costa leste do país em 2012.

Já no Japão, cerca de 230 mil pessoas ainda não conseguiram estabelecer uma nova residência após o terremoto e o tsunami de 2011.