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Unicef deplora mortes e casos de castração de crianças no Sudão do Sul

Menores sul-sudaneses. Foto: Acnur

Unicef deplora mortes e casos de castração de crianças no Sudão do Sul

Agência fala de 129 menores que perderam a vida em três semanas de maio; crianças teriam sido degoladas, estupradas e lançadas para prédios em chamas no estado de Unidade.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef,  revelou esta quinta-feira que a violência contra as crianças atingiu um "novo nível de brutalidade" no Sudão do Sul.

Uma nota emitida pelo diretor da agência, em Nova Iorque, descreve detalhes do agravamento da violência que incluem a morte de 129 menores no estado de Unidade em três semanas de maio.

Estupros

Anthony Lake descreve relatos de sobreviventes dando conta de meninos castrados e deixados a sangrar até a morte. Várias meninas teriam sido estupradas e assassinadas, incluindo menores de oito anos de idade.

Os testemunhos relatam casos de crianças amarradas antes de serem degoladas pelos atacantes, e outras lançadas para prédios em chamas.

Lake destaca que menores também são recrutados de forma agressiva para grupos armados de ambos os lados numa escala alarmante. Estima-se que 13 mil menores foram forçados a participar no conflito.

Efeitos Psicológicos

O chefe do Unicef chama a atenção para os efeitos psicológicos e físicos sobre essas crianças, que além da violência infligida sobre elas próprias inclui a violência que são obrigadas a infligir aos outros.

A nota encerra com um apelo ao fim do tipo de violência "em nome da humanidade e da decência comum".

No fim de semana, o alto comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse que mulheres e crianças eram maioria dos 14 mil sul-sudaneses que fugiram para o vizinho Sudão devido aos confrontos entre o governo e os rebeldes.

A previsão do Acnur é que até julho cerca de 4,6 milhões de pessoas possam enfrentar insegurança alimentar grave, o valor mais alto desde o início da crise sul-sudanesa em dezembro de 2013.

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