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Na Ásia Central, Ban destaca acesso à água e direitos humanos BR

Ban Ki-moon afirma que acesso a água potável é um direito humano. Foto: Pnuma

Na Ásia Central, Ban destaca acesso à água e direitos humanos

Secretário-geral participou na conferência internacional de alto nível sobre a implementação da Década de Ação “Água para Vida no Tajiquistão;  chefe da ONU citou mudança climática, saneamento e  empoderamento de mulheres.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O secretário-geral da ONU está no Tajiquistão onde participou da abertura de uma conferência internacional de alto nível sobre a implementação da década de ação “Água para Vida”.

Ban Ki-moon mencionou não apenas o acesso à água, mas também o saneamento, a mudança climática, o empoderamento de mulheres e os direitos humanos.

Desenvolvimento Sustentável

Esta é a primeira parada em uma visita do chefe da ONU a cinco países na Ásia Central. Ele afirmou que água é um “direito humano” e não há nada mais fundamental para a existência das pessoas.

Ban declarou que este é um ano crucial para ação e que a comunidade internacional vai fazer a transição para uma agenda de desenvolvimento sustentável, que servirá de guia para a próxima geração.

Ele afirmou que é um momento adequado para renovar um forte compromisso com água e saneamento. A Assembleia Geral da ONU declarou o acesso à água potável e ao saneamento seguro um direito humano.

Metas

Segundo o secretário-geral, o mundo alcançou a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio para água potável segura e sustentável cinco anos antes do prazo.

No curso de uma geração, 2,3 bilhões de pessoas, um terço da humanidade, obtiveram melhor acesso a fontes de água potável, e 1,9 bilhão a melhores condições de saneamento.

No entanto, Ban afirmou que no século 21, cerca de 2,5 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a saneamento adequado e aproximadamente 1 bilhão ainda pratica defecação a céu aberto.

Ele afirmou ainda que cerca de mil crianças com menos de cinco anos morrem a cada dia por uma “mistura tóxica de água insegura para beber e condições de saneamento e higiene ruins”.

O chefe da ONU declarou ainda que “abastecimento inadequado de água custa, por ano, às economias em todo o mundo US$ 260 bilhões”, o equivalente a cerca de R$ 814 bilhões.

“Crise de Água”

Ban disse ainda que em apenas 10 anos, 1,8 bilhão de pessoas vão viver em áreas de absoluta escassez de água e duas em cada três pessoas em todo o mundo pode viver sob condições hídricas difíceis.

Ele afirmou que “não é de se admirar que muitos especialistas têm chamado a ‘crise da água’ um dos maiores riscos globais” que a humanidade enfrenta.

Para o chefe da ONU, a mudança climática está intensificando a necessidade de ação. Ele mencionou que a comunidade internacional concordou em adotar um acordo universal e significativo sobre a questão na reunião sobre o clima em Paris, em dezembro.

A chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Helen Clark, também falou na abertura da conferência. Ela disse que a agência está comprometida em fazer sua parte para ajudar os países a alcançar as metas de desenvolvimento sustentável relacionadas à água.

Empoderamento de Mulheres

Em seu discurso, o secretário-geral afirmou que a água, assim como outras áreas na agenda de desenvolvimento pós-2015, está ligada a outros desafios. Uma conexão “vital” seria o empoderamento de mulheres.

Ele afirmou que instalações inadequadas de saneamento também afetam a produtividade econômica e educacional de mulheres e meninas, além de sua dignidade e segurança pessoal.

Ban disse ser “crucial” envolver mulheres em todos os níveis decisórios da formulação da agenda pós-2015 de desenvolvimento e garantir que tenham acesso à gestão sustentável de água e saneamento.

Direitos Humanos

Falando a jornalistas sobre a “questão vital” de direitos humanos, Ban destacou o apoio das Nações Unidas ao compromisso do governo do Tajiquistão com os mecanismos de direitos humanos da organização, particularmente ao “abordar desafios-chave” nesta área.

Ban disse que “o fortalecimento de mecanismos de coordenação nacional e a implementação holística das recomendações de direitos humanos da ONU, em cooperação com a sociedade civil, serão importantes” na preparação do país para a segunda rodada da revisão periódica do Conselho de Direitos Humanos.

O secretário-geral afirmou que a adoção de um “plano de ação nacional abrangente de direitos humanos” pode otimizar estes esforços.

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