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Conselho de Segurança da ONU debate situação na Ucrânia BR

Conselho de Segurança da ONU. Foto: ONU/JC McIlwaine

Conselho de Segurança da ONU debate situação na Ucrânia

Representante das Nações Unidas diz que implementação do pacote de medidas de Minsk é essencial para acabar com o conflito; Organização para Cooperação e Segurança na Europa diz que houve piora significativa da segurança no país.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança da ONU debateu esta sexta-feira a situação na Ucrânia.

O subsecretário-geral para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, disse aos países-membros que a “implementação do pacote de medidas de Minsk é essencial para pôr um fim ao conflito no país”.

Grave Preocupação

Feltman demonstrou “grave preocupação com os combates, quase diários, com o uso de armas pesadas, com a colocação de minas terrestres e com a contínua presença de mercenários no território ucraniano”.

O representante da ONU afirmou que tudo isso vai contra as principais provisões dos acordos de Minsk.

Feltman disse que desde o início do conflito o número de mortos passou de 6,4 mil. Desde a assinatura dos acordos, outras 400 pessoas morreram, incluindo 28 nesta quarta-feira, na cidade de Marinka.

Ele declarou que o cessar-fogo deve ser completamente respeitado e a proteção de civis também deve ser uma prioridade para todos os lados envolvidos no conflito.

Apesar disso, o subsecretário-geral da ONU disse que “há razões para um pouco de esperança”. Ele citou que o cessar-fogo está em vigor em boa parte do país, o número de mortes diminuiu e o processo político para a implementação do pacote de medidas de Minsk está em andamento.

Segurança

O representante da Organização para Cooperação e Segurança na Europa, Osce, Alexander Hug, disse aos países-membros que a situação da segurança piorou no país desde a assinatura do pacote de medidas de Minsk.

Alexander Hug afirmou que algumas regiões permaneceram calmas por alguns meses, principalmente na área de Luhansk. Mas ele explicou que em outras regiões, como em Donetsk e em Mariupol, os confrontos continuaram durante todo esse período.

Hug declarou que cidades na área de Donetsk registraram um aumento da violência com várias mortes de civis. A situação é a mesma agora em Luhansk, onde estão ocorrendo bombardeios constantes e combates com armas pequenas.

Ameaças e Intimidações

O chefe da Missão Especial de Monitoramento da Osce para a Ucrânia, SMM, disse que logo após a assinatura do pacote de medidas ele visitou os depósitos onde as armas consideradas pesadas eram guardadas.

Alexander Hug explicou que com o passar do tempo, a SMM detectou o desaparecimento de alguns tipos de armamento e o movimento e a presença dessas armas em áreas onde elas estão proibidas.

Ele disse que a Missão foi proibida de entrar em regiões ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia. Os monitores da SMM sofreram ameaças, intimidações e foram alvo de tiros.

Segundo Hug, tudo isso representa um esforço para evitar que o grupo supervisione o cumprimento do pacote de Minsk, principalmente em relação ao movimento de armamento pesado.

Ele afirmou que o nível de tensão aumentou na região e que as violações do cessar-fogo estão se tornando cada vez mais frequentes e severas, inclusive com o uso de lançadores de foguetes.

O chefe da Missão da Osce declarou que os acordos de Minsk determinam um cessar-fogo como também um processo político para normalizar a situação.

Para Hug, os documentos continuam sendo a única opção disponível para a paz.

Ele lembrou que a situação humanitária na zona de conflito continua sendo uma preocupação. Segundo o governo ucraniano, o número de deslocados no país é de pelo menos 1,3 milhão.

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