Acnur: é possível acabar com problema dos apátridas na Europa até 2024
Agência da ONU para Refugiados diz que é possível resolver situação das 600 mil pessoas que vivem nestas condições no continente; objetivo é conseguir a cidadania e pôr um fim ao sofrimento de 10 milhões de pessoas no mundo inteiro.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O diretor do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, Vincent Cochetel, disse que "acabar com a apatridia na Europa é um objetivo realista".
A agência da ONU lançou a campanha #IBelong, “Eu Pertenço”, em tradução livre, para acabar com o sofrimento de 10 milhões de pessoas sem nacionalidade, ou apátridas, em todo o mundo até 2024. O Acnur afirmou que a meta é “possível” no caso de 600 mil pessoas vivendo nessa situação na Europa.
Crianças
Uma conferência do Acnur e parceiros discute a necessidade de ajuda a crianças apátridas, que representam um terço das pessoas nesta situação no mundo. Se elas tiverem filhos, esta geração também será apátrida.
O encontro de dois dias termina nesta quarta-feira, em Budapeste, na Hungria. Vincent Cochetel disse que foi feito um grande mapeamento das populações apátridas e que o problema foi identificado e é “administrável”.
Ele está convencido de que todos os países europeus se tornarão parte de convenções sobre a apatridia antes do fim da campanha #IBelong, do Acnur, em 2024.
Vontade Política
O diretor afirmou que, em boa parte, reduzir o problema na Europa é uma questão de “vontade política”.
Entre os obstáculos para acabar com a questão no continente, Cochetel destacou a situação de “apatridia no nascimento entre populações vivendo em condições precárias”.
Ele também mencionou como outro risco o número de “entidades não-estatais na Europa controlando” territórios, citando, entre outros, a “república turca no norte do Chipre, Ossétia do Sul e partes da Ucrânia não controladas pelo governo”.
O representante do Acnur citou ainda as populações Roma, Ashkali e minorias egípcias que vivem nas regiões dos Bálcãs e na Europa Central.
Na década de 1970, o Acnur recebeu um mandato para ajudar pessoas apátridas de acordo com a Convenção sobre a Redução da Apatridia de 1961.
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