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Missão da ONU no Sudão do Sul condena violência em Juba

Base da ONU no Sudão do Sul. Foto: ONU/Isaac Billy

Missão da ONU no Sudão do Sul condena violência em Juba

Conflito entre deslocados internos no sítio de proteção da Unmiss na capital levou à morte de uma pessoa e pelo menos 60 ficaram feridas; soldados de paz da ONU fizeram o possível para conter a violência no fim de semana.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Unmiss, condenou nos termos mais fortes o conflito que surgiu no fim de semana entre deslocados internos abrigados no seu sítio de proteção de civis em Juba.

Uma pessoa morreu durante a violência no domingo e pelo menos 60 civis ficaram feridos. Segundo a Unmiss, relatos indicam que uma disputa doméstica foi o motivo da briga inicial, na tarde de sexta-feira.

Intervenção

Esse primeiro conflito envolveu 350 deslocados internos dos distritos de Mayom e Mayendit, do estado da Unidade. As pessoas estavam armadas com machetes, paus e barras de metal.

A intervenção foi feita pelos soldados de paz da Unmiss, que conseguiram controlar a violência. Porém, novos confrontos surgiram na manhã de sábado. Novamente, o pessoal da Missão da ONU conseguiu manter a situação sob controlo.

Saída

Mas antes do amanhecer no domingo, outro episódio violento surgiu no sítio de proteção, desta vez a envolver 400 deslocados internos. E neste confronto, uma pessoa foi morta.

Cerca de 3,5 mil deslocados internos ficaram fora do local durante todo o domingo e muitos deixaram à área sob escolta de veículos militares. A Unmiss já buscou garantia das autoridades do Sudão do Sul sobre a segurança e o bem-estar desses civis que deixaram as bases da missão.

Responsabilidade

Numa nota divulgada esta terça-feira, a Unmiss destaca que a responsabilidade primária de proteger os civis continua a ser do governo sul-sudanês.

A missão da ONU recebeu uma carta de líderes comunitários de Mayom, que pedem a libertação de crianças que ficaram dentro de suas bases. A Unmiss destaca que continua a proteger os civis, mas que não impedirá o movimento voluntário dos deslocados internos.

Na nota, é explicada a política em vigor na Unmiss: todas as saídas de suas bases de proteção devem ser feitas de forma voluntária e a missão não impede os deslocados internos de deixar suas instalações.

Ao mesmo tempo, a Missão da ONU no Sudão do Sul está a engajar líderes comunitários em Juba para tentar evitar que novos conflitos voltem a ocorrer.

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